Poucos encontros no rap conseguem reunir, de maneira tão simbólica, trajetórias e linguagens distintas quanto o de Rodrigo Ogi e Nill. Ambos carregam universos próprios, estéticas consolidadas e públicos fiéis, mas a força de Manual para Não Desaparecer está justamente no choque entre esses dois mundos. Rodrigo Ogi é um dos grandes cronistas do rap brasileiro. Desde Crônicas da Cidade Cinza (2011), consolidou-se como narrador urbano, capaz de transformar detalhes cotidianos em imagens cinematográficas. Sua escrita é minuciosa, quase jornalística, mas sem perder a força poética: personagens, ruas e sentimentos ganham contorno em versos que soam como fragmentos de um filme não gravado. Ao longo da última década, Ogi refinou essa capacidade de narrar, tornando-se referência em rimas que olham para a cidade e para o cotidiano com densidade e lirismo. Nill, por outro lado, representa uma geração que cresceu entre o rap e a internet, sem medo de misturar linguagens e provocar ruídos. Desde os primeiros trabalhos, mostrou domínio em tensionar a cena com ironia, referências da cultura pop — de animes a videogames — e um frescor ousado que dialoga diretamente com os códigos digitais de seu tempo. Se Ogi escreve como quem filma em película, Nill cria como quem edita no celular: colagem, velocidade, humor ácido e uma leveza quase trapaceira, que desafia o peso esperado do gênero... Continue Lendo no Ismo
domingo, 28 de dezembro de 2025
Rodrigo Ogi & niLL - Manual para não desaparecer (2025)...
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Poucos encontros no rap conseguem reunir, de maneira tão simbólica, trajetórias e linguagens distintas quanto o de Rodrigo Ogi e Nill. Ambos carregam universos próprios, estéticas consolidadas e públicos fiéis, mas a força de Manual para Não Desaparecer está justamente no choque entre esses dois mundos. Rodrigo Ogi é um dos grandes cronistas do rap brasileiro. Desde Crônicas da Cidade Cinza (2011), consolidou-se como narrador urbano, capaz de transformar detalhes cotidianos em imagens cinematográficas. Sua escrita é minuciosa, quase jornalística, mas sem perder a força poética: personagens, ruas e sentimentos ganham contorno em versos que soam como fragmentos de um filme não gravado. Ao longo da última década, Ogi refinou essa capacidade de narrar, tornando-se referência em rimas que olham para a cidade e para o cotidiano com densidade e lirismo. Nill, por outro lado, representa uma geração que cresceu entre o rap e a internet, sem medo de misturar linguagens e provocar ruídos. Desde os primeiros trabalhos, mostrou domínio em tensionar a cena com ironia, referências da cultura pop — de animes a videogames — e um frescor ousado que dialoga diretamente com os códigos digitais de seu tempo. Se Ogi escreve como quem filma em película, Nill cria como quem edita no celular: colagem, velocidade, humor ácido e uma leveza quase trapaceira, que desafia o peso esperado do gênero... Continue Lendo no Ismo
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