sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Hominis Canidae #116 - Janeiro (2020)...



Download: Janeiro (2020).zip

Chegamos ao fim do primeiro mês do ano e com isto abrimos os trabalhos nas nossas coletas mensais! E já em janeiro, temos vários lançamentos em 2020, alguns deles, se geral prestar atenção, chegam ao fim do ano como favorito nas listas, mesmo ainda tendo 11 meses pela frente! A nossa #coleta116 tem 17 faixas, sendo a última inédita no blog (sacai o setlist). A canção inédita que fecha a mixtape, é o novo single do músico paraense Isaac Magalhães. Em "I'll be your fool", o artista fala sobre relacionamentos abusivos e a sonoridade mescla o synthpop com um pézinho no tecnobrega. Saca ai...



A baita arte de capa é uma colagem feita pelo designer e artistas paulistano, da cidade Assis, Thiago Valverde. Ele explicou um pouco do conceito do trabalho:

"Arte estética que representa uma fase; a qual o avanço da tecnologia ofusca nossa visão sobre a realidade da natureza em si. A composição também busca enaltecer a beleza inglória das cores frias e elementos esmaecidos, cujo tal é marca registrada do artista."

Ficou muito bacana o resultado né não?! Vocês podem e devem conferir outras colagens incríveis feitas por ele neste link!

Esta coleta foi feita para animar um pouco a sua vida com música, apresentar novos nomes e novos trabalhos de velhos nomes outrora conhecidos! É um resumo do mês no bloguinho, pra alguém que tenha perdido algum som! Mês que vem tem mais...

Continue indo aos shows, comprando merch e ouvindo música!
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A Velha Carne - Carregando Fardos (2018)...




A Velha Carne reuniu-se pela primeira vez em meados de 2009 em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Configurado como power trio, buscou a influência sonora dos anos 70 , 80 e 90 e temáticas existencialistas, e por hora niilistas. Apresentando-se no underground de Corumbá e Campo Grande, esta banda sempre buscou a valorização do rock autoral e combatente. Em 2018, foi lançado o EP intitulado "Carregando Fardos". A Velha Carne encerrou as atividades em 2019 (sem previsão de retorno)...
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Spiral Guru - Void (2019)...



Download: Void (2019).zip

Os dois anos de produção de 'Void' foram essenciais para a construção de uma identidade e conceber a sonoridade atual da Banda 'Spiral Guru', natural de Piracicaba. O autodeclarado Space Rock do quarteto apresenta-se minimalista, com referências de stoner, doom, pós-punk e até metal, mas numa embalagem autêntica e, principalmente, eletrizante. Esse, que é o disco de estreia, é o novo lançamento da Abraxas Records e já está nas plataformas de streaming.O impacto da faixa de abertura – 'Signs' – dá a tônica do disco: rifes cativantes e criativos, uma batida marcante e muito rítmica, somados ao vocal preciso e melódico de Andrea Ruocco. São nove faixas que alavancam o 'Spiral Guru' ao hall das bandas que precisam ser ouvidas em 2019. 'Void', como se diz por metáforas, é um álbum de ‘mão cheia’... VIA
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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Vulgar Débil - Obra II (2020)...




Download: Obra II (2020).zip (ou vá em ouça)

Em seu novo álbum como Vulgar Débil, João Pádua se aprofunda nos conhecimentos herméticos, especialmente a alquimia, e sonoridades da música industrial.⁣.. VIA
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Dada Yute - Ainda Dá Tempo (2020)...




Dada Yute, um dos expoentes do reggae nacional, lançou seu novo EP, Ainda Dá Tempo, na última sexta-feira, 17. No trabalho, as cinco faixas mostram um flerte de sucesso entre o estilo jamaicano, o pop e a música eletrônica. Os singles Lavanda e Ma Queen são bons exemplos desse novo caminho sonoro.Para chegar a esse resultado, Yute contou com a produção do trio Dogz em parceria com o DJ Bruno Martini. “Eles são os maiores produtores de música pop no Brasil e estou mega feliz de estar trabalhando com eles”, celebra o músico paulistano em conversa com o Music Non Stop. “Acho muito interessante como eles têm a sacada de acrescentar os elementos eletrônicos dentro do meu reggae com tamanha sensibilidade e cuidado na medida certa. Eles têm o dom de traduzir o mundo do artista em uma linguagem moderna, nova e fresca”, diz... VIA
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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Tuíra - Calma e Força (2019)...




Download: Calma e Força (2019).zip (ou vá no bandcamp acima)

Tuíra é uma banda queer do Rio de Janeiro, com referências de pop punk, hardcore melódico e indie. Desde a escolha do nome, uma homenagem à indígena Kayapó que com seu facão barrou a construção da barragem de Belo Monte na década de 80, à composição das músicas, a banda aposta no protagonismo das mulheres em suas diferentes formas. Com letras potentes que navegam por temas políticos e afetivos, a banda constrói em suas composições e nos shows um ambiente sonoro que reflete ao mesmo tempo a espontaneidade do punk e a resiliência LBTQI*. O projeto começou em 2017 com Amanda Azevedo (voz e guitarra) e Hanna Halm (baixo e voz), ganhando mais corpo em seguida com Juliana Marques (bateria) e Thaís Catão (guitarra)... VIA
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Alchemy Circle - Dancing Plague (2019)...





Alchemy Circle (Caio Wandalsen & Ciro Mendes) é um projeto brasileiro criado por dois amigos para estudar, experimentar e desenvolver música psicodélica....
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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Aquarius Orb & Mad Goblins - Wizard of Yester (2019)...





Aquarius Orb é o projeto idealizado por Victor Luciano, com o objetivo de estudar e desenvolver o psy-trance. Mad Goblins vem do lado obscuro do duo Caio e Ciro e foi criado em 2012...
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Demonia - achei que era homem mas é só o satanás (2019)...




O EP "Achei que era homem mas é só o satanás" é a estreia da banda potiguar Demonia e foi resultado de 3 dias de gravação no estúdio Costella, em São Paulo. Teve produção de Gabriel Zander, João Lemos (Molho Negro), Cyro Sampaio (Menores Atos) e foi lançado pela Flecha Discos. O interesse do selo em lançar o EP da banda foi por meio de uma admiração mútua que teve início através das "sessões da demonia" no Youtube. A banda teve a viagem a São Paulo por meio de uma campanha de arrecadação que envolveu rifas, festas, e merch... VIA
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domingo, 26 de janeiro de 2020

HC Entrevista: Munha da 7, a bad, a música experimental e o Satanique Samba Trio...

Satanique Samba Trio por Thais Mallon

Ano passado resolvemos começar a soltar uns papos por aqui. Começamos a sessão com um papo massa com o trio Devotos falando sobre seu primeiro álbum, lançado mais de 20 anos atrás (saca o papo ai). Finalmente soltamos o segundo papo dessa sessão atemporal, atemática, entre outros as.

Trocamos uma ideia massa com Munha da 7, regente e uma das cabeças pensantes do quinteto candango Satanique Samba Trio, uma das bandas favoritas da casa. Neste LINK, você consegue acessar e baixar todos os álbuns da banda postados aqui no blog e ainda tem um bootleg deles de brinde (só não postamos o Mó Bad, um misto de compilação e algumas inéditas).

A Satanique tem mais de 15 anos de vida, já levou a bad da música tradicional brasileira para o além mar, se destacando com um dos grupos nacionais mais criativos, com muita ousadia e tristeza. No papo que vocês devem ler abaixo, falamos sobre a banda, Brasília, até onde a bad pode ir, experimentações sonoras, entre outras ideias.

Tirando o Xenossamba, o Sangrou e o Misantropicália, todos os outros álbuns tem BAD no nome. E os caminhos para onde o Brasil está andando (em todos os sentidos possíveis) só deixam a situação ainda mais bad. A minha pergunta é: Quão bad a Satanique ainda consegue ser? Vocês assumem alguma responsabilidade pelo nosso momento atual?

Olha... quando eu cheguei já estava assim. Nasci durante a ditadura, então o máximo que pude fazer desde sempre foi musicar a bad que paira sobre nós. Note que os álbuns do Satanique Samba Trio foram ficando mais insuportáveis de 2016 pra cá. Não é à toa.

A primeira vez que eu te entrevistei foi após a trilogia da simulação bad trip e uma das ideias após a trilogia era um álbum com vozes e cantores convidados. Essa ideia ainda existe ou vingou? Já tem alguns cantores escolhidos? Pode soltar algum nome?

Essa ideia está em plena fruição, mas logisticamente tem lá seus percalços, por isso vai demorar mais do que eu imaginava. São 11 letristas e 11 vocalistas diferentes, então imagine o quanto é difícil e dispendioso administrar tantos doidões de uma vez só.

Essa empreitada ocorre em dois momentos paralelos: a fase de negociação e a fase contratual. Não posso falar com quem estamos negociando por que pode ser que nunca saia do papel e não posso citar os artistas que já assinaram por causa da cláusula de não-divulgação, mas digamos que o espectro é grande. Vamos de nomes inusitados a parcerias óbvias, dentre ilustres desconhecidos e artistas bem famosos (do Brasil e do exterior, anote aí).

No mesmo papo, eu citei Zorn falando sobre a música instrumental e experimental e você fez uma ressalva sobre o que você considera experimental mudar de década pra década. Já fazem 8 anos desse papo, o que mudou na sua consideração sobre experimentação musical?

Ainda é cedo pra situar um ponto de confluência das experimentações artísticas que marcaram a última década, mas acredito que provavelmente vamos reconhecê-la como o período que repensou o conceito de espetáculo. Muito se fez nesse sentido: as live performances se ramificaram de maneiras bem imprevisíveis e suscitaram discussões que ainda nem terminaram.

Pesquisando matérias sobre o Mais Bad, percebi que existem muito mais falas gringas sobre o trabalho. Existe uma crise no jornalismo cultural brasileiro, isso é verdade, mas como você vê essa ausência de crítica ou até de informes sobre o trabalho novo no Brasil?

Eu não costumo acompanhar a imprensa musical – seja nativa ou estrangeira – então não saberia dizer. Algo que notei no caso específico do Mais Bad foi que, apesar da menor quantidade de reviews na mídia brasileira, a qualidade dos textos foi superior. Em nossas praias há uma propriedade de análise sobre o escopo da banda (a MPB e sua desconstrução) que ainda falta aos gringos. Antes de saber o que é um xote em 9/8, o autor precisa saber o que é um xote, afinal.

A primeira vez que eu li sobre vocês foi em 2005, falavam em "audácia", "ousadia" e "ironia" e estes ainda são termos recorrentes nas matérias sobre a banda. Vocês ainda se vêem realmente audaciosos e irônicos? Pergunto porque é uma audácia que dura muito tempo ou uma ironia que talvez já e não tenha mais volta.

Eu estava conversando sobre isso com o Lupa (Marques, baterista do quinteto) outro dia. Tanto a ironia quanto a audácia são filhas da inquietação. A mim é quase impossível não responder com sarcasmo a certas situações aflitivas, especialmente as artísticas. E, vá lá, a arte só se torna situação quando se repete às raias da acomodação. É aí que eu entro: pra fazer uma piadinha em cima de um chavão repetido à míngua ou comentar um clichê babaca. Se esta compulsão é uma prisão, o Satanique Samba Trio é a cela. Estou de boa com isso. Podia ser pior.

Pesquisando, achei isso aqui: "The satanic samba trio clearly cracked the code of how to make successfully some really cool tunes & get them all successfully squeezed in shorties of time". Vocês acreditam que craked the code? E como vocês acreditam que fizeram isso?

Não cabe a mim avaliar o quanto conseguimos ou não decifrar dos códigos, mas se o fizemos, acho que é graças à organização do mecanismo de composição do SS3. Partindo de um conceito, fica fácil contar uma história em pouco tempo. Se não houver bússola, a tendência é o naufrágio.

Em 2019 vocês lançaram um álbum pelos stories do instagram. Uma parada realmente diferente (ousada talvez?) e lembro de um papo sobre algum selo gringo querer lançar esses microsons. Isso andou ou realmente aquelas músicas morreram juntos com os algoritmos do instagram e apenas o zuckeberg podem ouvir elas agora?

Este é o mais recente castelo a ruir no horizonte do Satanique Samba Trio. Durante o processo de negociação com o selo descobriu-se que alguns “fãs” arrumaram um jeito de baixar as músicas do álbum e estavam vendendo os arquivos em sites russos. Decepcionados com o fim do ineditismo da porra toda, os gringos deram pra trás. Eles queriam relançar música por música no Stories do instagram da gravadora, da mesma forma que fizemos em 2019, só que com um alcance muito maior (pra lá de 200 mil seguidores). Com a música disponível online pra quem quiser baixar, imagino que não valha o esforço, enfim. Tudo bem, entendo os caras, mas agora que tem espertinho ganhando dinheiro com nosso material fiquei puto e caso ninguém faça uma proposta nas próximas semanas vamos lançar de maneira independente mesmo e foda-se.

O que ainda falta pro Satanique Samba Trio fazer em termos musicais? Quais caminhos musicais para abrir a caixa de pandora de bads estão no horizonte da banda? Existe alguma sonoridade que o grupo não tentaria mostrar a bad jamais?

Um MONTE DE MERDA, obviamente. Vocês não perdem por esperar!

De música genuinamente brasileira, não há ritmo que não esteja no nosso radar estético. Em 2020 vamos revirar tradições menos conhecidas, como o Calango Endiabrado, o Quirogo e etc. Talvez em cima de um trio elétrico, quem sabe? (Em continuidade ao projeto Satanique Samba Trio Elétrico).



Existiria a Satanique se vocês não fossem de Brasília? Isso influencia em alguma coisa?

Influencia demais. O aparato musical que ergueu o DF se fixa em algum momento – provavelmente lá pelo começo dos anos 70 -  sobre o diálogo cultural entre o Clube do Choro do Plano Piloto e a tradição do São João de algumas cidades satélites. Aí o assunto “baião versus samba ou baião com samba” tornou-se tradição na academia local, seja no pátio da Escola de Música ou na pracinha do Departamento de Artes da UnB. É até difícil escapar disso, então gerou-se uma tensão estética propícia para o nascimento de frutos pitorescos como o Satanique Samba Trio ou essa nova geração da MPB avant garde (Galinha Caipira Completa, Pedro Martins, etc). É um fenômeno muito típico do quadradinho para assumir que aconteceria em outro lugar, mas a criatividade do artista brasileiro é ímpar, então fica difícil conjecturar a existência de qualquer glosa hipotética. Em se tratando de Brasil, nunca se sabe.

Tu tem um trabalho solo que foge um pouco das ideias da Satanique Samba Trio e lançou um álbum de um minuto via instagram. Como você vê essa ideia da metalinguagem da expressão em intervalos curtos de tempo? Vai sair só online ou pode sair num material físico?

O que entendemos como o tamanho “ideal” de música é fruto de uma convenção, uma cagação de regra meio arbitrária imposta pelas rádios do Século XX. Antes disso, a duração média de uma música era diferente, bem maior, pensada para fruição em casas de concerto, catedrais, etc. Em tempos de atenção dividida, fluxo intenso de informação e tudo mais, me parece válido propor novos limites temporais. Talvez eu tenha exagerado um pouco na discussão, admito, mas estamos todos nos divertindo. Quer dizer, talvez nem tanto assim, talvez não dê tempo pra se divertir. De qualquer forma, por enquanto, sigo aguardando propostas de lançamento físico.

O que tu tem escutado de novidade na música? O que ainda chama sua atenção?

Hoje em dia eu praticamente só ouço música para a pesquisa do Satanique Samba Trio. Isso já é coisa pra caramba, mas não tem nada muito recente nesta alçada, acaba sendo um estudo voltado para as décadas anteriores. O problema é que, assim, quando chego em casa, a última coisa que quero fazer pra descansar é ouvir música. Já me despedi há muito tempo do caráter recreativo da música, infelizmente.

De onde vem a sua necessidade de criar?

Talvez seja uma pulsão de desmorte, uma maneira atabalhoada de compensar tudo o que destruí até aqui. Só dos meus próprios ossos tem umas centenas de eventos aí pra recuperar.

A Satanique Samba Trio tá indo pros 20 anos de existência, com mais de 10 trabalhos lançados. Tu já consegue avaliar a carreira da banda? Melhores momentos, piores momentos, acertos e erros? Tu tem um álbum preferido?

São, na verdade, APENAS 16 anos de carreira. O melhor momento até agora talvez tenha sido a semana em que ficamos em QUINTO lugar no itunes da República Tcheca, desbancando o Coldplay. O pior acho que foi o cancelamento da turnê brasileira que agitamos com um medalhão da música de vanguarda brasileira há alguns anos. Foi um baque, aconteceu em dois mil e bolinha, mas ainda não nos recuperamos completamente. Aqui a dor é valorizada.

PESSOALMENTE, arrisco dizer que o meu álbum favorito da banda é o Instant Karma – nosso álbum líquido, que por sinal quase ninguém ouviu.

Você responder Instant Karma me levou a outro questionamento: no que a Satanique realmente ganha com ações tipo esses disco ser lançado através do stories? Rolou um boom de seguidores para melhor o engajamento na rede?

Quando surgiu esse conceito do disco líquido, pensamos em um formato que fosse transitório e barato. A resposta mais óbvia era o stories do instagram. Não tinha outra opção no nosso horizonte, então nem chegamos a fazer uma projeção da repercussão, era só mais um formato disponível para testar mais uma de nossas ideias idiotas, bem como o CD, o vinil, etc. Pra ser sincero não sei nem te responder SE a gente ganhou seguidores ou o quanto o álbum repercutiu, nosso produtor é quem acompanha esses números e eu sempre me esqueço de perguntar. Sei que aparentemente ninguém ouviu. Se bobear, até PERDEMOS seguidores, realmente não faço ideia. 

Pedimos pra ENORME AUDIÊNCIA e os MILHARES DE FÃS da Satanique enviarem indagações sobre o grupo (Você aceitou dar a entrevista, agora aguente):

Tem uma versão ao vivo de Cabra da Peste Negra no Bad Trip Simulator #3 com introdução em francês que foi gravada no Chez Michou. O que é e onde fica o Chez Michou?

Sobre os processos de gravação: existe preferência entre ao vivo ou em estudio tudo bonitinho?

Chez Michou é uma creperia que ficava na 207 Norte, perto do estúdio de gravação do nosso amigo Droguinha. Volta e meia rolava algum show muito louco por ali e numa dessas gravamos essa mixórdia. Não lembro exatamente os detalhes, mas Etos Jeronimo, nosso clarinetista da época resolveu apresentá-la em francês, sabe-se lá por quê. A execução ficou tão “especial” que resolvi incluir como bônus track do álbum físico.

Geralmente prefiro ambientes mais controlados, gravação em estúdio mesmo, instrumento por instrumento, entre copos descartáveis e papéis amassados, mas às vezes nos deparamos com conceitos que exigem todos os músicos na mesma sala. “Luciferi Tum Tum”, do Bad Trip Simulator #2, por exemplo, foi gravada desse jeito, vagabundo olhando pra cara de vagabundo.

Em Natal você disse que o show pra 40 pessoas foi mais animado do que alguns na Europa pra milhares. No geral como funciona a receptividade do público?

O show de Natal teve de tudo: gente caindo de cabeça de cima do balcão do bar, maluco dançando xaxado, briga na plateia e fãs do Roberto Leal. Isso nunca nos aconteceu na Europa, até por que a faixa etária dos públicos é muito diferente. Enquanto aqui arregimentamos uma audiência de jovens desgraçados da cabeça, na Europa é só coroa - muito músico das antigas e ex-doidões de carteirinha. Em ambos os casos todo mundo se diverte.



Você sabe exatamente quantos álbuns físicos já venderam, desde o primeirão lá em 2004?

Acrescento: Como tem andado o mercado/ business da Satanique em termos de venda? Me refiro aos formatos, já que vocês sempre foram da seara do vinil. Por exemplo, o streaming ajuda em alguma coisa? Digo isso porque o Mais Bad ainda não está nas plataformas todas.

Fazendo um cálculo de cabeça, considerando que os CDs da Trilogia da Putrefação (Bad Trip Simulator #2, Bad Trip Simulator #1 e Bad Trip Simulator #3) foram reprensados 3 vezes, eu diria que vendemos uns 20 mil registros físicos, entre CDs e vinis. Comparando com grandes nomes do passado parece pouco, mas ao levar em conta a época (Século XXI) e a disfagia estética que proporcionamos, me parece razoável. Tão razoável que vamos para a quarta prensagem em breve, inclusive.

Sempre que resolvemos largar de vez esse negócio de CD, aparece algum maluco em algum lugar do mundo oferecendo contrato de distribuição, aí precisamos mandar fazer mais um fardo de disquinho e saímos dizendo por aí que o Satanique Samba Trio é o último projeto do mundo a ainda lançar CD, quando sabemos que não é verdade pois ontem mesmo achei um camelô vendendo CD pirata do Art Popular no centro da Ceilândia (DF). Comprei? Comprei.

Quanto à ausência do Mais Bad nas plataformas de streaming, o motivo é relacionado ao selo que o lançou (Rebel Up - Bélgica). Geralmente, eles sobem os discos primeiro para o Bandcamp, deixam um tempo em uma espécie de “quarentena rentável”, ofertando o conteúdo para fãs dispostos a pagar en directo e depois, se houver demanda, disponibilizam nos streamings da vida.

É meio frustrante para os fãs viciados em Spotify, mas entendo perfeitamente, já que esse negócio de streaming quase não dá dinheiro para artistas e distribuidores de pequeno ou médio porte. Assim, obviamente, os caras vão preferir algo que lhes renda alguns cascalhos sem a mordida do intermediário - por isso o Bandcamp. Lembro que quando estava negociando o lançamento do Mais Bad com outros selos estrangeiros, absolutamente todos os contratos proibiam a disponibilização automática nas plataformas de streaming. Pelo visto é tendência.

Porque o satanique não faz cover?

Boa pergunta. O Satanique Samba Trio não faz cover por que a proposta da banda é, basicamente, esculhambar clichês da MPB sem associá-los a nomes reconhecíveis e, em uma segunda instância, celebrar a inventividade dos gênios anônimos que definiram as tendências que mais tarde viriam a se tornar chavões.

Perguntaram por dm: Tu já foi confundido com segurança da banda em algum show?

Usando a pergunta: o Satanique Samba Trio transita muito pelo erudito da música brasileira, um lugar um tanto elitista e embranquecido, queria saber se essa ainda é a realidade e como é pra você enquanto um não-europeu no meio dessa porra toda.

O circuito da música erudita no Brasil é sim repugnantemente elitizado, justamente por isso também muito restrito a teatros e ambientes específicos. E eu digo isso como espectador esporádico, por que o Satanique Samba Trio em si não circula tanto assim nesse universo, pelo menos não fisicamente. Estamos mais presentes em palcos do que em grandes teatros, então no final das contas nosso público é outro, tem uma cara diferente. Uma cara linda, diga-se de passagem.

E imagino que eu não seja grande o suficiente pra ser confundindo com um segurança, mas te digo que já me chamaram de Vin Diesel do Esgoto por aí.

Quem você chamaria pra produzir um álbum do Satanique se não pudesse ser ele ou qualquer outro membro da banda? 

Nem preciso pensar muito: não havendo restrição orçamentária, seria o maestro Quincy Jones. Manja muito de música brasileira. Com restrições, seria o meu parça Chico PS, pois provavelmente faria de graça.


O SS3 dá dinheiro? O SS3 tem groupies?

Dá dinheiro sim, mas não sei exatamente pra quem. E, poxa, se com “groupies”, a pessoa quis dizer “doidões que compram material da banda e se esquecem de informar o endereço para envio”, sim, tem demais.

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Livia Nery - Estranha Melodia (2019)...





Estranha Melodia está entregue. O primeiro disco da compositora, cantora e produtora baiana Livia Nery, nasce como o fruto de uma busca de muito anos e da coragem de mudar os rumos de sua vida. Jornalista de formação, a artista largou um emprego na rádio pública de Salvador para se dedicar à composição musical. Naturalmente, os movimentos de sua carreira artística foram lhe rendendo participações e colaborações de destaque, como na residência artística musical Red Bull Music Pulso e no projeto Super Violão Mashup, em 2016 e 2017 respectivamente, e no EP Vulcanidades (2017), produzido em parceria com Rafa Dias, do ÀTØØXXÁ... VIA
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Autoclismo - Apocrita (2019)...




O Autoclismo é um trio instrumental formado em Teresina no ano de 2018 por Lucas Barbosa (guitarra), Fernando Castelo Branco,(baixo) e Jarrel Santos (bateria) , com influência de rock alternativo e nuances experimentais. Já lançou três registros online, omais recente deles, o EP “Apocrita”, com duas faixas gravadas no Orange Estúdio e disponível nos streamings...
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

D. Selvagi - D​.​Selvagi and His OneManGang (2019)...



Download: D​.​Selvagi and His OneManGang (2019).zip (ou vá no bandcamp acima)

"D.Selvagi and his OneManGang" é o primeiro disco oficial do músico & multi-instrumentista Danilo Sevali, integrante original da banda Hierofante Púrpura, dessa vez se aventurando em vôo solo estilo Monobanda!! O EP foi gravado e mixado por Helena Duarte no estúdio Mestre Felino (Mogi das Cruzes - SP) masterizado no El Rocha por Fernando Sanches (São Paulo - SP) e já chega firme na missão de quebrar diversas barreiras do gênero (música degenerada ou incrivelmente estranha?) assim como também dos formatos considerados tradicionais, ou seja, não espere por velhas fórmulas. D.Selvagi prefere surfar contra a corrente, ao nos provocar com sua peculiar sonoridade, ousando desafiar receitas clássicas comumente observadas em diversos outros projetos musicais que apostam nesse mesmo tipo de formação, mas claro, sem jamais deixar de lado a essência energética, minimalista e poderosamente primitiva das MonoBandas...
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Kiko Dinucci - Rastilho (2020)...





Rastilho, segundo disco solo de Kiko Dinucci, é uma bordoada sonora, seja na forma que ele desce a mão no violão, seja no canto triste que entoa mensagens diretas, muitas vezes mesmo sem letra. Resgatando o jeito rude e ríspido de tocar o instrumento que o consagrou nos primeiros discos do Metá Metá e do Passo Torto, ele agora o isola para ser ouvido sem nenhum outro acompanhamento senão as melodias vocais. Acústico e pesado, Rastilho transforma o violão de Kiko em uma arma de fogo verbal, disparando canções que atravessam o coração – de diferentes formas. São lamentos instrumentais (“Exu Odara”) e cantos de terreiro (“Olodé”, “Foi Batendo o Pé Na Terra”), crônicas de quebrada (“Febre de Rato” e “Veneno”, com Ogi, quando o rapper e cantora Juçara Marçal se engalfinham numa introdução à Tom Zé) e sambas de roda (“Foi Batendo o Pé Na Terra”, “Tambú e Candongueiro” que já havia gravado com o Grupo Afromacarrônico, “Vida Mansa”, eternizada por Cyro Monteiro), quase sempre acompanhado pelo luxuoso coro feminino composto por Dulce Monteiro, Maraísa, Gracinha Menezes e pela própria Juçara... VIA
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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Clarice Falcão - Tem Conserto (2019)...




Temos medo de mudança. Por natureza, o ser humano gosta do conforto e acaba levando isso para seu gosto musical. Quando um artista querido anuncia um trabalho novo, ficamos de olho, desejando algo “tão bom quanto” seu trabalho anterior. Esperamos novidades, é claro, mas queremos que elas façam o que gostamos que eles façam.Ocasionalmente, isso nos leva a frustrações. Quando determinada banda de rock assume uma postura mais pop, ou quando um artista pop assume uma postura mais conceitual, ficamos frustrados. Esquecemos, no entanto, que o artista é um ser pensante assim como nós, plural e sujeito a mudanças de pensamento. Conhecemos a cantora e compositora Clarice Falcão, por exemplo, através de suas letras bem humoradas que caminhavam sobre roupagens que se iniciaram no folk e depois flertaram com o synthpop. A maioria foi pega de surpresa com o recente lançamento de seu terceiro disco de estúdio, intitulado Tem Conserto. O álbum apresenta grandes flertes com a música eletrônica e um afastamento de sua característica ironia em favor de letras – em boa parte – mais sérias... VIA
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Pata - Shit & Blood (2019)...






Estou aqui, às 7h da manhã, de uma segunda-feira, correndo atrasado em direção ao trabalho e amaldiçoando a própria vida por não ter nascido em berço de ouro, quando do nada lembro dos meus fones de ouvido bluetooth e de um tal disco intitulado “Shit and Blood”, da banda Pata, que foi encaminhado para o Nada Pop pela Efusiva Records para uma audição em primeira mão. Sem pensar duas vezes coloco o álbum para rodar. A Pata é uma banda que surgiu em 2017, em Belo Horizonte, Minas Gerais, sendo formada por Lúcia Vulcano (guitarra e voz), Luís Friche (baixo) e Beatriz Moura (bateria). Estou pirando com a faixa “Downer”, que abre o álbum. É uma mistura de grunge com punk, mas é muito mais do que isso. No entanto, eu juro que parecia ter me teletransportado para os anos 1990, onde camisas de flanela ainda faziam sucesso... VIA
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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Makalister e Beli Remour - ONDAS (2019)...



Download: ONDAS (2019).zip

Apresentando um projeto belíssimo, temos o união de Makalister & Beli Remour com álbum colaborativo. Os artistas surpreendem, e deixam a qualidade lá no teto dentro das 22 faixas que compõe o projeto "Ondas".O trampo tem participações de Maydana, Aori, Jovem Esco, Victor Xamã, Lessa e mais. Todas as faixas foram produzidas, compostas e arranjadas por Beli Remour & Makalister com participações em algumas faixas dos músicos Bruno da Silva (trompete), HAS (guitarra), Lucas Romero (guitarra), Edilson Golden Ed (baixo), Dj Tunai13 (scratches). O trampo traz mixagem e masterização por Efieli... VIA
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Grande Angular - Sons a chegar (2019)...




Encontramos um local de experimentação e de afirmação das nossas convicções artísticas através da música. Zona de conforto e de tensão, onde reina o sentimento na sua forma mais orgânica, continuamente sendo operado e traduzido em som.O nome Grande Angular se refere a lente de mesmo nome usada para ter um ângulo maior e assim capturar uma visão ampla de objetos, paisagens e ambientes. Com isso a banda Grande Angular se permite ter a liberdade de criar e fazer música sem amarras nem estigmas, tendo o foco naquilo que fala, vê, ouve e sente.A Grande Angular, banda de Rock/Pop/Alternativo, formada em 2017, vem construindo uma obra musical autoral, tendo como premissa o imperativo que carrega no próprio nome, alusivo a lente fotográfica objetiva que é capaz de capturar imagens em ângulos expandidos. Assim, há de se alargaras percepções para experimentar paisagens, momentos e sensações únicas... Leia a entrevista
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Billie Negra - Barreiras Invisíveis (2019)...




A Billie Negra vai do punk ao jazz, soul e funk. Com letras políticas e poéticas sem medo. Desde 2017, direto de Campo Grande para os palcos mais insólitos! Este é o primeiro álbum do grupo...
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Flaira Ferro - Virada na Jiraya (2019)...




Eu conheci a Flaira Ferro porque ando bem acompanhado. Ou pelo menos porque acompanho as boas redes. De olho no Instagram de Chico César eu vi uma postagem que ele fez cantando com a Flaira a deliciosa Cruviana, que está no seu último álbum do paraibano de Catolé do Rocha, O amor é um ato revolucionário. E é mesmo! A partir aí comecei a companhar também o perfil da Flaira e vi chegando esse disco que agora está nas tais das plataformas de streaming e no Youtube: Virada na Jiraya! Poucas vezes vi um título definir tão bem um disco! Virada na Jiraya é essa disposição absoluta, esse estado de fúria e encantamento, energia explosiva que derruba portas, porteiras, paredes, que não cabe em si e transborda.E que disco é esse, gente? É um disco transbordante! Enfurecido e aliviado em 12 músicas que se você botar pra tocar vão mudar seu dia num grande dia. É como se a caravana do Circo chegasse na cidade, adentrasse a praça central para se instalar luminoso, animado, chamando todo mundo pra participar, pra junto, pra cantar palavras de ordem, palavras de poesia e cantos às nossas mães, aos nossos ancestrais, ao nosso futuro contra toda escuridão que parece cerrar o horizonte. É um disco político. Como poderia ser diferente? Não, não de resistência, mas de reação, de partir pra cima de peito aberto. Como poderia ser diferente? Nunca é tarde pra reagir, canta Flaira, com as cantoras e compositoras Isaar, Ylana, Sofia Freire na comovente Germinar. É disco pra ir pra rua, pra cantar juntos... VIA
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domingo, 19 de janeiro de 2020

sábado, 18 de janeiro de 2020

Genius Of Sugarcane - Preludes From New Times (2019)...




Download: Preludes From New Times (2019).zip (ou vá no bandcamp acima)

O ano de 2019 já se prepara para seu desfecho e os lançamentos sônicos parecem estarem longe de cessar, da mesma maneira que a dificuldade para a realização do tão sonhado primeiro registro, seja no formato que for – incluindo o virtual. É notório que várias cidades pelo interior do Brasil já ostentam seu próprio circuito de bandas e shows, incluindo até mesmo nomes grandes da esfera rock/heavy metal em festivais, alguns organizados no melhor esquema “faça você mesmo”. É o caso de Nova Venécia, cidade pra lá de quente (e sem saída para o mar) do norte do Espírito Santo, tão pouco a realidade de uma possível promessa chamada Genius Of Sugarcane... VIA
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Sapopemba - Gbó (2020)...



Download: Gbó (2020).zip

Pelas estradas da vida, o cantor, ogã, percussionista e caminhoneiro Sapopemba, viu e ouviu de tudo. Guiado pela curiosidade de transportar, reinventar e descarregar o universo revelador de canções, ele conseguiu unir dimensões sonoras ao popular contemporâneo. Para Guitinho da Xambá, o artista é um maestro sinfônico dos cantos e da percussão, das ancestralidades dos Brasis africanos, indígena e mouro. “Sapopemba é um misto de natureza pura e homem construído com ferradura. Como muitos guerreiros nordestinos, ainda adolescente, nadou no curso contrário às águas do Velho Chico e seguiu do Nordeste para o Sudeste do Brasil a fim de tentar a vida na urbanidade do estado de São Paulo. Fincou um homem xangozeiro, sertanejo, macumbeiro e cosmopolita, universal por ser único... VIA
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Souto Mc - Ritual (2019)...




Diretamente de São Paulo, Souto MC apresenta Ritual, seu primeiro álbum com pouca influência dos centro urbanos. Seu rap vem resgatar as raízes, deixar o entendimento que a identidade indígena será preservada, que ela é parte e uma continuidade de seus ancestrais.Presente no trabalho se encontra a regionalidade caipira, batidas de instrumentos percussivos e toda a mistura entre povos indígenas e negros. Elementos do samba, tanto admirado pela rapper, também aparecem no trabalho... VIA
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Moons - Dreaming Fully Awake (2019)...




O clipe de “Inside Out” traz imagens do acervo de família de um dos integrantes da banda Moons filmadas na mesma casa em que Dreaming Fully Awake foi produzido – a mesma retratada na capa do álbum. Dessa forma, o vídeo parece carregar consigo as principais pistas para desvendarmos a obra: o senso de familiaridade por um lado e o processo de gravação pelo outro. Quando digo “familiar”, me refiro a muito mais do que a uma referência direta ao conteúdo da faixa citada (que narra o divórcio dos pais do vocalista e compositor André Travassos). É que há, ao longo das nove faixas, versos e mensagens de assimilações fáceis, uma universalidade reconhecida mesmo nas músicas mais narrativas. Existe nelas uma intenção de intimidade, percebida na temática reflexiva de versos como “Às vezes sou complexo/ Às vezes sou profundo/ Como qualquer ser humano”, canta em inglês na abertura “Nobody but Me”.Por outro lado, os questionamentos podem em momentos soar vagos, talvez pela predileção por cantar em uma língua estrangeira. Estrofes como “You taught me the sky has no ceiling/The end is the beginning of something new/And if you need to cry let tears wash your eyes/Don’t feel shame” (“Guilty Pleasure”) denotam um certo deslumbramento com o idioma de modo que as metáforas, de fato, nem sempre chegam com toda sua potência. Em paralelo, há grande familiaridade também nas estéticas Indie e Folk pela qual as músicas navegam. Os timbres e arranjos evocam desde nomes atemporais do estilo, como Elliott Smith, a outros mais atuais, como Cigarettes After Sex. As inspirações reverberam o Dream Pop de vez em quando (como em “Sweet and Sour”), uma Psicodelia suave em outros (na faixa-título) e leva o ouvinte a uma Califórnia construída pelo nosso imaginário em faixas como “Earthquakes”... VIA
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Pipo Pegoraro - Antropocósmico (2020)...





Em mais de duas décadas de carreira, não foram poucos os caminhos percorridos por Pipo Pegoraro. Da estreia tímida, com Intro (2008), passando pelo colorido tropical de Taxi Imã (2011), ao território litorâneo de Mergulhar, Mergulhei (2014), sobram instantes em que o cantor, compositor e produtor paulistano parece jogar com as possibilidades dentro de estúdio. Um colorido catálogo de ideias que se reflete para além dos domínios da própria obra, vide a sequência de álbuns como integrante do coletivo Aláfia, além, claro, de encontros esporádicos com diferentes representantes da nossa música, caso da parceira de banda Xênia França e a cantora Serena Assumpção. Em Antropocósmico (2020, Independente), quarto e mais recente álbum de estúdio do multi-instrumentista paulistano, um delicado conjunto de canções que se revelam como uma soma de todas essas experiências. Livre da voz, Pegoraro entrega ao público um repertório que transita por entre décadas de forma sempre curiosa, confessando algumas de suas principais referências criativas. Composições que vão do jazz-funk dos anos 1970 (Tranquilitati Animi) ao uso de sonoridades abrasivas (Montanha) de forma sempre particular, conceito que se reflete até o último instante da obra... VIA
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Marcos Valle - Cinzento (2020)...




A imagem do fotógrafo Jorge Bispo simboliza a incapacidade deste cantor, compositor e músico carioca se aprisionar em ambientes e tempos nublados. Álbum lançado em 10 de janeiro com 12 inéditas músicas de autoria de Marcos Valle, Cinzento é disco menos ensolarado do que o antecessor Sempre (2019), álbum calcado no ritmo, gravado em 2018 para o exterior. Formatado pelo próprio Marcos Valle, com a colaboração fundamental de músicos como o baixista Alberto Continentino e o baterista Renato Massa Calmon, o groove do álbum Cinzento é no todo menos exuberante do que a batida do disco Sempre, mas nem por isso menos atraente... VIA
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Caião Relíquia - Trem Clandestino à Gramacho (2019)...





Primeiro EP de Caião Relíquia, compilando e misturando diversas influencias dentro do math rock, post rock e afins...
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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Jéssica Caitano & Dj Guirraiz - Reboco (2019)...




 Sabe-se da importância do sample para a música rap de modo específico e para a cultura hip hop de modo geral. Retrabalhar elementos de estilos e culturas díspares e alcançar uma diferença sistemática a partir de pedaços, construindo com isso uma colcha de retalhos, uma rede formada por peças… Isso, deveria ser quase um ponto de corte entre o que é e o que não é original dentro do rap, e no nosso país que possui uma das músicas populares mais fortes do mundo, é uma obrigação.Em 2017 publicamos um texto levantando a questão sobre a utilização de ritmos nossos como pontos de partida possíveis para a criação de um rap nacional mais original, e chamávamos atenção para os pioneiros, assim como para quem naquela altura promovia os cruzamentos mais interessantes. Eis que agora nos chega diretamente da Paraíba/Pernambuco um pequeno disco grandioso nos caminhos que aponta. É curioso como o apagamento de um cenário funciona em camadas e quanto mais descemos nelas mais nomes fabulosos e originais se destacam.Agora no final de 2019, enquanto escrevia uma matéria sobre a rapper Bixarte, pensava como o produtor envolvido nos seus dois trabalhos por nós resenhados: Daniel Jesi (Big Jesi), tinha feito um trabalho bastante diversificado. Inclusive o Guirraiz participou aqui na mix das vozes. Lembrávamos do nosso conterâneo Dr. Drumah aka Jorge Dubman, tem trabalhos em parceria com vários mc’s na gringa, mas por aqui, tem digamos pouca visibilidade. Ora, se os e as Mcs nordestinos possuem pouca visibilidade, imagine o resto da cadeia produtiva.Toda essa introdução se faz necessária para situar o leitor em duas questões, o Nordeste possui artistas que dentro do hip hop nacional são extremamente diferenciados e não estamos falando apenas de quem rima. A outra questão, mas não menos importante é a seguinte: Se isso é o Reboco (2019) se preparem quando chegarmos no acabamento.Fruto da residência artística Pulso 2019 da RedBull, que tem por objetivo reunir artistas para processos de troca e criação por um mês, esse projeto nos deu um caminho que deve ser seguido. DJ Guirraiz e Jessica Caitano produziram Reboco (2019) com quatro músicas e esse rebento é daqueles que nos mostra a força da invenção que a cultura hip hop possui no Nordeste brasileiro... VIA
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Tiago Frúgoli Ensemble - Casa (2017)...





Download: Casa (2017).zip

Fascinado pelo jazz do fim dos anos 60 e começo dos 70, já após a implementação do piano elétrico mas antes da fase fusion e da incorporação de sintetizadores, o paulistano Tiago Frúgoli se sentiu inspirado a incorporar esses elementos no que seria seu novo álbum. O resultado é o trabalho mais espontâneo da discografia do instrumentista, Casa. Para chegar nesse resultado, o compositor pensou em dois nortes para a composição do disco: o primeiro é o conceito de "casa". "A arte do disco foi feita por uma amiga da Dinamarca, e foi construída com pinturas sobre fotos de casas em que ela já morou", conta o músico. "Pra mim, [o disco] tem essa coisa de revisitar um pouco a história, da noção de estar em casa, do que faz com que você se sinta em casa ou longe de casa."... VIA
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Murica - Fome (2019)...



Download: Fome (2019).zip

Quem me conhece, sabe o quanto eu aprecio um boom bap (nada contra Trap), é que boom bap me instiga mais, tanto pelas letras, quanto pelos flows e etc. Um amigo próximo me mandou um link do YouTube e disse “acho que tu vai gostar desse álbum”; cliquei, e o resultado foi tiro e queda: amor à primeira ouvida. Eu não consigo me lembrar qual foi a última vez em que ouvi um rapper soar tão ‘cru’ e ao mesmo tempo usar tantas linhas fortes com referências à altura da cultura brasileira, e o Murica se instalou assim em meus ouvidos (e na playlist). “Eu comeria rua, passaria fome e escreveria pão” — essa foi a frase que me arrepiou, e tive a certeza de que esse MC tem um real compromisso com o hip-hop... VIA
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Jaloo - ft (pt. 1) (2019)...




Cantor paraense lança o álbum “ft (pt. 1)” sobre trajetória individual e coletiva com várias participações especiais. Há uns quatro anos, enquanto cursava Letras, fiz parte de um projeto de extensão que articulava noções de Antropologia Literária, psicologia e cinema. Minha orientadora foi uma das figuras mais importantes da minha trajetória, por isso, lembro de forma nítida de várias de suas falas, conselhos, indicações e das inúmeras tardes preenchendo vazios textuais com muito amor, risada e criatividade. De acordo com a teoria de Wolfgang Iser, a obra não é a arte em si, e sim o que acontece no espaço virtual entre ele e o leitor. Há dois motivos para começar um texto sobre ft (pt. 1), lançamento do paraense Jaloo, falando sobre isso.O primeiro é para avisar que é sobre a obra. Sobre o que o CD, que me veio como surpresa numa manhã, despertou em meu universo interno. É minha parceria com o álbum. O segundo é para contar como conheci Jaloo. Em uma das reuniões do nosso grupo, minha orientadora falava sobre a importância da crítica especializada... VIA
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domingo, 12 de janeiro de 2020

Litrão - Egomorte (2020)...



Liträo é uma banda carioca de Sludge/Doom Metal, formada em 2017 por quatro amigos que anteriormente já haviam tocado juntos, em projetos diferentes. Eles lançaram um EP ano passado e neste começo de ano lançam seu primeiro full chamado "Egomorte". São seis faixas bem amarradas, arrastadas e trabalhadas, pra geral bater cabeça...
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sábado, 11 de janeiro de 2020

Billy Ponzio - Música Efêmera (2019)...




Download: Música Efêmera (2019).zip (ou vá em ouça)

O som do Música Efêmera, álbum do Billy Ponzio e big band, mescla influências rítmicas do jazz (principalmente do 'swing-jazz' dos anos 30) com guitarras contemplativas do rock progressivo, principalmente de bandas como Pink Floyd, Yes e Rush...
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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Juliana Cruz Medeiros - Não é igual não (2019)...




Juliana Cruz Medeiros é uma artista e dj carioca que vive na Europa. No final de 2019 ela lançou o debut "Não é igual não", um álbum com 14 faixas que misturam várias linguagens da música eletrônica...
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Növa - Ao Vivo no Palácio da Música (2020)...



Download: Ao Vivo no Palácio da Música (2020).zip (Ou vá no bandcamp acima)

Registro ao vivo da apresentação da banda piauiense Növa que aconteceu no mês de dezembro de 2019, no Palácio da Música em Teresina, dentro do projeto Terça Maior. O quarteto revisitou canções da primeira demo, de 15 anos atrás, e também aproveitou a oportunidade para apresentar novas canções...
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Guitarrada das Manas - Guamaense (2019)...




Guamaense, primeiro álbum do duo paraense Guitarrada das Manas, traz uma sequência de músicas instrumentais e experimentais que caminham entre três vertentes: oitentista, world music e guitarrada paraense. Beá e Renata Beckmann buscaram referências primeiramente nos sons das ruas da periferia de Belém como o tecnomelody, a cumbia, a lambada e a guitarrada, mas em seguida passaram por sonoridades vindas dos sintetizadores da década de 80 e a world music, como Daft Punk e New Order. Na visão de Renata, “o álbum é fruto de uma grande viagem que tivemos pensando nos variados tipos de sons que tocam na cidade. Belém é muito musical e os sons se misturam pelos bairros: a guitarrada, o brega marcante, o tecnobrega, tecnofunk se mesclam com pop mundial, entre samples, versões e o autoral”. O resultado desse experimento pode ser acessado em todas as plataformas streaming... VIA
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FireFriend - Avalanche (2019)...





Oitavo disco dos paulistanos da FireFriend, “Avalanche” ganha luz do dia ainda em 2019 (sem data especificada), um ano depois de um produtivo 2018, com dois grandes álbuns, “Sulfur” (leia e ouça aqui) e “Yellow Spider” (leia e ouça aqui), que tiveram lançamento pela Little Cloud Records. São doze músicas escritas (de outubro de 2018 a fevereiro de 2019), executadas, produzidas e gravadas pelo trio no estúdio próprio da banda, na Aclimação, São Paulo, sendo que quatro delas já são conhecidas... VIA
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