02. Tulipa Ruiz - É: Tulipa conseguiu manter o "hype" em torno de si com seu segundo disco, Tudo Tanto. Talvez o maior trunfo da moça, além de tudo que possa ser dito sobre sua técnica vocal, seja a forma como ela consegue tratar de assuntos tão caros a sua geração e de forma tão leve. Nesta canção, ela fala de um amor suave, construído aos poucos, sem amarras, em movimento. Simples, como todos deveriam ser. E pop. Muito pop.
03. Siba - Ariana: Poesia pura, essa foi a primeira faixa divulgada do novo disco do cantor Siba em um belo vídeo. Ela já deixava claro o que estava por vir, o encontro do poeta popular com a guitarra. Uma melodia pop e até um tanto brega, como a poética passada na letra extremamente forte, sincera e lírica. Afinal, isso tudo é necessário para fazer “roncar o céu, tremer a terra e abalar o norte” e acho que todos nós desejamos estar num manto azul com alguém especial, não é mesmo?!
04. Curumim - Selvage: Esta música que saiu como single antes do álbum ser disponibilizado, e já deixou claro uma característica já conhecida do Curumim. A eterna busca por novas sonoridades, novas batidas. Selvage é uma canção muito viva, muito forte ritmicamente, quase como uma tapa na cara, mas com suingue. E um suingue diferente de todos os já demonstrados pelo músico e compositor.
05. Céu - Contravento: A canção Contravento mostra que Céu é uma cantora multifacetada, uma artista realmente completa. A ginga trazida nessa música mostra bem o que é o novo disco da cantora, uma mistura constante de estilos que tem como objetivo sacudir quem estiver escutando o som. É interessante ver uma artista com um nome já reconhecido como ela buscando novos desafios, sem se acomodar.
06. Metá Metá - Oya: Essa foi a primeira música que o trio Metá Metá lançou para o disco MetaL MetaL (um álbum bem pesado que propõe até a releitura de algumas faixas do registro de 2011). A voz da Juçara tá foda, o Thiago França tá fritando no refrão e tudo isso é um misto de free-jazz, terreiro e punk rock. É sério.
07. Lucas Santtana - Para Onde Irá Essa Noite?: As guitarras criam a tensão necessária para a delicada situação cantada. Quem nunca passou por isso? Conhecer alguém numa festa, sacar que está rolando um clima massa e, na hora H, descobrir que já existe "um outro algúem"? Lucas consegue transformar a catástrofe em beleza, fazendo juz ao título de seu excelente álbum O Deus que devasta mas também cura.
08. Silva - 2012: Uma canção pop para o ano com o maior sensacionalismo sobre o fim do mundo. A faixa até cita isso e aí o Silva sai cantando com toda sua voz “uuu”, bonitinho, umas paradas meio dream.pop com MPB e aqueles sintetizadores de fundo. É um bom registro para saber que o mundo não acabou.
09. Sobre a Máquina - Oito: Pelo segundo ano, o Sobre a Máquina aparece aqui. A música “Oito” foi a mesma coisa que rolou com a do Jair: foi uma prévia do álbum que estava para sair. O que rolou aqui é que essa é a faixa mais fácil do ouvinte compreender em relação a todo o experimentalismo e as coisas tortas do primeiro disco dos cariocas. Duvida? Baixe o álbum e tente escutar “Árvore” ou “Dia”.
10. Holger - Ilhabela: A coisa aqui é simples: é dezembro e você vai ter um recesso ou pelo menos o ano novo para descer pra praia. Essa música do Holger é para isso e na real, o álbum todo. Chame os amigos, as amigas, faça uns drinks bonitos com vodka cara, coloca um guarda-chuva no copo, tenta ganhar aquela mina, aquele cara e curta. É apenas isso e nada mais. Entretanto, é apenas isso com um certo capricho e bem feito ou você acha que nosso juri votaria numa faixa só porque são uns caras brancos e bonitos?
11. Macaco Bong - Summer Seeds: O álbum do Macaco Bong na minha cabeça foi meio sem sal. Achei bem roqueirão da Bizz que acha que o Legião Urbana lançou vários registros fodões para a música brasileira e curte Ultrage a Rigor e essas coisas oitentistas bem chatas, mas essa faixa é uma mistura de toe e Gotan Project, e é a melhor do This Is Rolê, sem dúvida.
12. Otto - Ela Falava: Esta foi a primeira prova lançada do novo trabalho amplamente conceitual do cantor pernambucano Otto. Uma música altamente pop e com apelo comercial de hit televisivo, faixa que encaixaria bem em qualquer novela e que conta com participação da atriz Tainá Muller num dueto de voz com o cantor.
13. BNegão & Os Seletores De Frequência - Alteração (Éa!): Bernardo é um dos artistas mais ativos do país e os Seletores de Frequência tem um groove sonoro incrível. Por mais que nitidamente beba no passado, eles conseguem soar bem vivos e no presente, até futurístico em alguns momentos. Alteração tem uma letra positiva, mas completamente consciente do que esta acontecendo na atualidade. Porém, o importante é manter a energia positiva e tentar passar ela o máximo e o mais longe possível, sem se perder ou se prender nos acontecimentos que nos atormentam.
14. Gui Amabis - Tiro: Gui Amabis é um artista lírico, característica cada vez mais rara de se ver nas novas gerações de cantores e músicos nacionais. Outro fator positivo nas letras do Amabis é a utilização do lúdico, com uma pitada de acidez, para contar fatos ou historias. E quem nunca quis dar um tiro em seu passado, ou lembrança que sempre retorna e que você precisa conviver e reviver? Ele consegue utilizar muito bem o lúdico para externar suas vontades, mesmo que com leveza e sem exageros, de uma forma magistral. A ponto de fazer esses retornos soarem bonitos, as vezes até necessários.
15. Racionais MC’s - Mil Faces de Um Homem Leal: Acho que um medo de várias pessoas que curtiam os Racionais depois de ouvir uns sons como “Mulher Elétrica”, era que o grupo acabasse deixando um pouco de lado o protesto que tinha feito até então e entrasse numa linha de faixas como a genial “Qual Mentira Vou Acreditar?”. Aí eis que eles surgem como uma música que homenageia Carlos Marighella e isso destrói toda a teoria e o bla bla bla de gente que quer ser velha guarda do rap com dezesseis anos e três pelos no saco. Marighella vive. Viva Marighella.
Pra fechar, vamos ao clichê! Esse material não deve ser comercializado, apenas disponibilizado para download. Trata-se de mais uma mixtape, desta vez feita da maneira mais democrática possível, com a opinião de quem teve tempo e fez contato com a gente ao longo de nossa existência e deste ano cabalístico, tanto para trocar ideia, enviar seu som, realizar intervenção visual, reclamar de nossas postagens ou simplesmente acompanha esta nossa brincadeira insana e saudável. Interessante perceber que boa parte dos hits ou foram faixas que saíram anteriormente ao lançamento do disco completo ou que viraram videoclipes (ou os dois), são 15 artistas de diversos locais do país, trabalhos de estilos diferentes, cada qual com sua qualidade e mostrando a diversidade da música feita no Brasil, esperamos que você divirta-se quando ouvir os sons da coleta como nós que a fizemos. Fiquem com esse belo resumo de 2012...
Continuem disseminando o som, escutando música e indo aos shows!