sábado, 15 de dezembro de 2012

Trupe Chá de Boldo - Nave Manhã (2012)...




Na teoria, a Trupe Chá de Boldo começa o jogo perdendo. O nome, os 12 integrantes, as influências, os parceiros mais próximos: tudo poderia jogar contra. Afinal, o retrospecto de cada um desses itens não é dos mais favoráveis à música brasileira. “Trupe” já era um coletivo arruinado pelo apelativo O Teatro Mágico, de Fernando Anitelli; uma banda com um grande número de integrantes na formação oficial também não significa muita qualidade, diferenciação ou mesmo peso na qualidade final, como vem demonstrando a brasiliense Móveis Coloniais de Acaju; amparados e influenciados tanto pelo recente repertório de Tatá Aeroplano (imagina a cara do seu interlocutor bem no momento em que, explicando a Trupe pra ele, você diz Tatá Ae-ro-pla-no) quanto pelos ecos da vanguarda paulista, o gramado do certame fica ainda mais pesado para o contra-ataque. Enfim, para o bem de todos, eu já vos adianto: “Nave Manha” é uma ótima surpresa de 2012. Com “Nave Manha”, a Trupe Chá de Boldo dá um passo à frente no cenário independente brasileiro. É muito bom quando, de repente, um arremedo estético, mesmo que não rompante em seu todo, te lembra que é possível associar uma banda diretamente com algo realmente forte, mas algo vindo direto da canção. Não era assim com “Bárbaro”, debute do grupo em 2010. Após cinco anos na noite de São Paulo, o primeiro álbum da Trupe estava pronto e com os mesmos referenciais de “Nave Manha”. Mas se guardam semelhanças na raiz, as diferenças na distribuição da seiva são bem nítidas entre os dois registros... Continue Lendo
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