Chegamos no fim de mais um mês, desta vez junho de 2019 que nós deixa, porém este fim de mês é diferente dos outros. Neste dia 30 de junho, só que no ano de 2009, postávamos 2 trabalhos da banda Calistoga e começávamos a nossa história, que hoje chega a 10 anos!
De lá pra cá, já são mais de 6.400 posts, com mais de 110 coletâneas, mais de 600 bootlegs ( mais da metade deles gringos), quase mil artistas ou bandas nacionais postados de diversos estilos e todos os estados do Brasil. São mais de 4 milhões 850 mil visualizações de acordo com o blogger. Vocês nunca vão adivinhar qual o post com mais views na história do blog, porque é de um band de Curitiba que a gente nem conheceria se não usasse o search do bandcamp. Pessoas de quase 40 países do mundo já visitaram o bloguinho, sendo que o top 10 atual começa com Brasil e termina com a Noruega, passando por Rússia, China, EUA e vários da Europa. Já mudamos de header/ Layout 4 vezes e vamos pra nossa quinta ID, acredito que cerca de 10 pessoas já postaram no blog ao longo deste tempo, mas a maioria destes 10 anos fomos 3 postando com mais frequência. Eu, o carioca Thiago R e o paulista Paulo Marcondes. São mais de 100 artistas que já fizeram arte pras nossas coletas, eventos, fests, etc. Gente que a gente era fã, gente que não conhecíamos e hoje somos fãs. Vários amigos, já rodamos todos os festivais do nordeste, rolês em SP, Belo Horizonte, vários outros locais.
Mas tudo isso são números e estatísticas importantes, mas que não passam disso. O mais importante é a diferença que o compartilhamento de músicas pode trazer na vida das pessoas. Ontem ouvi o Vitor Brauer dizer num show que fizemos dele aqui em Teresina, que o Hominis foi o canal mais importante pro começo da carreira e da história musical dele. E no fim, o que fica é isso, a mudança que nos podemos fazer na vida uns dos outros enquanto redes conectados pelo mundo modernoso da internet. Por isso, agradecemos todo mundo, não apenas aos artistas, mas todo mundo que faz jornalismo cultural, que organiza seus rolês, que mantém espaços de interação aberto em qualquer esquina do Brasil e que dissemina sons que conheceram através da gente ou de terceiros. Agradecemos todo mundo que já trocou ideia com a gente por mail, nossas diversas redes, ao vivo. Ás vezes, a gente não deixa claro a importância que vocês tem nessa história!
Falando da nossa mixtape de Junho, ela é uma das mais estranhas porque tem pouquíssimo rock (ou coisas parecidas). Mas é um baita resumo do que rolou no blog esse mês, com uma mistura louca de ritmos e ideias (Sacai o Setlist). O single inédito que fecha a nossa coleta, é uma faixa nunca antes lançada da banda paulistana BIKE. Sunshine Delirium foi feita para o álbum "Em Busca da Viagem Eterna" de 2017, mas acabou ficando de fora e esquecida até encontrar o seu lugar na nossa coletânea. E que sonzeira meus amigos, isso só prova a qualidade da Bike e nós deixa com a pergunta: o que a banda ainda tem escondido por ai?! Ouça a linda e psicodélica faixa abaixo...
A capa da nossa mix é brisa da mente da jornalista, baterista, filha do pinduca e mãe da bb mais trevosa que existe, a carioca Jéssica Fulganio, conhecida pelo seu trampo quando tocava na Ema Stoned e Dolphins on Drugs. Jéssica também é parte da nossa história e ficamos muito feliz pelo fato dela ter usado foto arte como capa. A brisa foi umas fotografias antigas que ela fez de um origami de unicórnio anos atrás. Ela tem uns trampos de designer interessante que podem ser acompanhados no carbonade dela (aconselhamos muito). Ela também é muito ativa e superdivertida no instagram (segue ela lá).
Acho que é isso, tá muito longo, ninguém vai lê!
Continue indo aos shows, comprando merch das bandas e ouvindo música brasileira!
Segunda edição do nosso podcast esquizofrênico HC Radio Rebelde. Neste programa tem falas sobre a reforma da previdência, ioga, Letícia Mota conferiu o lançamento da serie Hip Hop Machine e diz suas impressões, além de uma linda mensagem deste senhor na foto de capa. Na parte musical, um som do projeto paraibano Rieg remixado pelo D_M_G, El Efecto, Bk' e mais uns sons irads!
Este programa também contou com a participação de Eduardo Moreira, Pepe Mujica, Rodrigo e dos amigos Jamerson de Lima, Rieg, Felipe Zenícola e Guilherme Darisbo.
Vinhetas de abertura e finalização retiradas da música "Radio Rebelde", do projeto Defacto.
Produção e edição: Daniel Jesi (@BigJesi) Criação: Hominis Canidae LOGO: George Frizzo Foto de capa: Mujica visitando Lula (por Ricardo Stuckert)
Ouça online ou faça download gratuito e se curtir, dissemine!
No enésimo projeto de Lê Almeida, que lançou o bom “Sem Benção / Sem Crença” em 2017 (ouça aqui), Oruã segue um trajeto mais acentuado de experimentação, agora uma aposta torta de psicodelia e free jazz, que já nasceu vencedora, pois experimental pra além do que o próprio Almeida costuma se aventurar e do que foi mostrado no primeiro álbum.“Tudo Posso”, o EP que se lança nesse dia 16 de abril de 2019, é o prenúncio do segundo disco cheio, “Romã”, que sai ainda neste ano.Em três canções (exceção a “Domador”), temos o sax de Alexander Zhemchuzhnikov e de Pedro Pessoa serpenteando as guitarras ora cortantes, ora lamuriantes. O casamento é fruto de uma paixão retumbante: dá certo, é intenso, mas não sabe sabe quanto tempo pode durar – quem tá de fora torce que seja pra sempre... VIA
O compositor Matheus Walter teve seu álbum de estreia, Eleven Songs, lançado em 2014. O artista recentemente se dedicou à criação de trilhas sonoras; como do aguardado longa em animação Cidade dos Piratas de Otto Guerra. Em 2019, MW retorna às canções com o compacto duplo Pura Ilusão / Distante do Mar. Produzido pela AVALANCHE, o material traz músicas com letra em português, melodias simples e arranjos elaborados. O lado A, Pura Ilusão, aposta em uma crueza que espelha o momento sociopolítico atual: a iminência de um conflito. Distante do Mar, o lado B, traz uma proposta mais suave,sentimental. A produção musical ficou a cargo da dupla Bernard Simon e Gustavo Foppa, e as sessões foram realizadas entre o final de 2018 e o primeiro semestre de 2019 no estúdio Casona...
Quatro faixas. É o suficiente. Uma experiência de imersão a quem se permite. A duração de um incenso. Permeado de nuances que remetem desde Interstellar Overdrive a White Rabbit — pela profundidade de mergulho — o primeiro lançamento de Totto (Otto Braga) flutua entre o sensorial e o sofisticado. Com um pé em Natal, um dedo em Brasília, o jovem músico expande raízes para conseguir a façanha de produzir uma gravação carregada de originalidade ao mesmo tempo imbricada no presente. Imprevisível.Desliza por sonoridades distantes, não sabemos se futuro, passado ou na curva de outra dimensão. Embora a erudição traga certa carga da chatice, não é isso que se ouve aqui. Recheado de emoção, o álbum se espalha entre sonidos mui sutis, piados de passarinhos, vapor barato, moedas arrastando-se em cordas, marulho, silêncio... VIA
Um som pop com letras bem-humoradas e performances que privilegiam o lado cômico e teatral marcam a música da Biltre. O grupo, baseado no Rio, testa novas sonoridades para suas canções no EP “Let It Biltre”. O projeto está disponível em todas as plataformas de música digital e sai também com um vídeo acústico para a faixa “Tomate”. Em breve, as outras canções ganharão seu próprio registro em vídeo... VIA
Erik Batista é compositor, cantor e instrumentista autoditada, nascido em Belo Horizonte (Brasil). Sua trajetória na música começou na adolescência como vocalista e no decorrer do tempo foi ganhando corpo e se expandindo para outros campos. Desde 2008 a prática da composição se tornou sua principal ocupação no âmbito musical. Em 2011 lançou o primeiro ep de seu projeto solo intitulado Estrada. O Estrada encerrou suas atividades de shows e discos em 2016, após lançar três eps e vários singles. Em maio de 2019, Erik Batista lançou seu primeiro álbum oficial, intitulado MU(n)DO. O álbum possui nove faixas com influencias de bandas como Bon Iver, Radiohead, Local Natives, Grizzly Bear, Tv on the Radio, King Krule, City And Colour dentre outras referências do rock alternativo contemporâneo. O disco tem a produção e direção musical de Matheus Fleming (ex Câmera), guitarrista e multi instrumentista já conhecido na cena musical de Belo Horizonte. O disco foi inteiro gravado de forma independente em um homestudio, localizado no coração e no caos da centro da cidade grande, entre junho de2017 e fevereiro de 2019...
O paranaense Giancarlo Rufatto começou gravar suas canções há mais ou menos 10 anos. Após um disco e um EP gravados sob o codinome “Lo-fi Dreams”, aventurou-se por bandas de Curitiba que não deram muito certo (Móbiles) e bandas que deram certo demais (Hotel Avenida), mas que duraram pouco. Entre 2008 e 2014, Giancarlo lançou quatro álbuns (“14 canções”, “Machismo”, “a vida secreta das referências” e “Cancioneiro”), dezenas de singles e Eps que se situavam dentro do folk lo-fi e uma dezena de singles com versões improváveis que iam de Roxette à Roberta Miranda...
O Entre Mares é uma banda formada por 5 amigos na cidade de Paulínia. Nossa única pretensão é colocar nossos sentimentos e ideias nas músicas. O resultado disso é uma sonoridade com grandes influências de bandas como Samiam/Hot Water Music misturado com o peso de bandas como Beloved/Hopesfall.O Entre Mares conta com ex-integrantes de bandas como Shame, Meio Céu, Haarp e Onekeda...
Novo álbum do Márcio Teixeira de Melo, "Fim de Tarde" sai pela 13Discos e conta com 11 faixas baseadas quase que totalmente em samples. Muito vaporwave, noise, melancolia praiana dos anos 80 e até samba dos anos 30 se misturam nesse lindo e demente material que chega às plataformas enquanto o músico e produtor carioca já prepara outros lançamentos experimentais...
Há mais ou menos dois anos, a Popload teve o orgulho de oferecer em primeira mão o EP “Turbulência”, da psicodélica e plural banda Mineiros da Lua. Nome já consagrado na CENA de Belo Horizonte, eles chegam neste 10 de junho com “Queda”, o disco cheio de estreia de uma carreira com ascensão meteórica.Com 9 faixas novinhas, o grupo, que nos últimos tempos dividiu palco com nomes como Boogarins, Mahmed e gorduratrans, explora também sua brasilidade neste seu primeiro álbum, fruto de um amadurecimento nítido dos quatro amigos que refletem sobre os turbulentos tempos vividos.O álbum, conceitual, teve seu processo inicial com as composições no começo do ano passado e os trabalhos se estenderam até o início deste ano. Com referências nacionais a nomes como Gonzaguinha, João do Vale e Nelson do Cavaquinho, passando pelas influências que vão desde o Clube da Esquina ao Sepultura, e ainda de olho na gringa em figuras como Explosions in the Sky e Daughters, o Mineiros da Lua tentou condensar nestas 9 canções todo o seu arsenal de inspirações musicais... VIA
Fazer um registro fonográfico em tempos nebulosos é um desafio da besta fubana, ainda mais se o caboclo enveredar pelos caminhos da cultura popular batucando um Coco de Roda. Mas, vamos começar do começo com redundância e tudo. Foi assim que aconteceu: em outubro de 2016 um amarelozinho miúdo, aspirante a cigano, após rodar meio nordeste, resolveu descansar as asas em Cajazeiras-PB. A saudade dos batuques pernambucanos despertou no maluco uma viagem de montar um grupo de coco de roda em pleno sertão paraibano. Vê só se isso tem cabimento! O cabra misturou Selma do Coco, Zabé da Loca, Coco Raízes de Arcoverde, Steve Jobs e Nação Zumbi para fazer uma tapioca, quero dizer um som híbrido de Coco entoado por uma poesia marginal e urbana, cheia de candomblé e das histórias pós-ficcionalizadas de uma certa Zefinha de Sairé-PE, o Coco de Dona Zefinha. Ainda por cima botou engenheiro para tocar caixa, uns cabras das informáticas para cantar e tocar caxixi, e rasgou a boca do balão com uma morena arretada puxando um refrão, enquanto um cabra das automações sapecava umas pancadas numa alfaia guerreira. E daqueles tempos pra cá esse grupo começou a cair nas graças da praça, do NEC, de Jampa e da gente. Foi assim seu menino que nasceu esse disco que você vai ouvir agora. E esse é só o começo do fim dessas nossas estórias de um Trancoso urbano malasarteado sambando um Coco e tomando uns trago...
Um retorno à música mais "tradicional" depois de meses sem conseguir escrever material novo e depois de mais meses brigando comigo mesmo até conseguir gravar tudo do jeito que eu tinha em mente. O resultado final é, basicamente, uma representação dos últimos 12 meses...
Dois anos depois de “Feeexta”, lançado em 2017, os potiguares do Camarones Orquestra Guitarrística chegam ao sexto disco de estúdio nesse dia 7 de junho de 2019, “Surfers”.São oito músicas, todas gravadas no Estúdio Dosol (e no Costella), com produção do baterista Yves Fernandes (que também mixou e masterizou) e de Alexandre Capilé.Há pouco, o agora quarteto havia soltado “Tromba D’Água”, dando uma ideia do que seria o disco. Mas é com “Surfers”, a faixa-título, que a obra melhor se defende (e com a que encerra, “Fortim Auors”), uma surf music sacana, cheio de malícia e malemolência. Embora o título do disco e a primeira faixa deem pistas do que o ouvinte vai encontrar, não é algo tão simples de se intuir, porque “Surfers” não é só “surf music” (assim, entre aspas – “Cartagena” é um ska, afinal): é um rock despretensioso, pra se divertir e ouvir pegando uma estrada, vento na cara, sem destino (aquele clichezão de imagem mesmo, embora ninguém esteja aqui buscando originalidades)... VIA
Entre camadas de eletrônicos e loops vocais, surgem tons de R&B, MPB e indie pop num ambiente atmosférico para falar de amores, desejos e inseguranças cotidianas. Esse é o tom da estreia da cantora e compositora Rebeca, que lança seu debut “Corar”. O álbum, que conta com a participação de Rubel, já está disponível nas plataformas de música digital via MangoLab. Nascida e criada em Niterói, Rebeca carrega em sua voz a personalidade única somada a uma doçura capaz de unir a cena da nova MPB e o hip hop e surpreender ouvintes. Foi assim com os jurados do The Voice Brasil, com o público da banda Oriente (onde participa do hit “Linda Louca e Mimada”, entre outros sucessos), nos vídeos acústicos com a Barcamundi e também com o público da banda Gragoatá. A força de Rebeca sozinha, que encantou as pessoas que viram seu trabalho com outros grupos, vai ser posta à prova no disco solo...
O cantor Heitor Vallim acaba de lançar o EP Insomnia com exclusividade no Minuto Indie. Inspirado pelo distúrbio de sono que atinge pelo menos 36% dos adultos brasileiros, inclusive o próprio Heitor, o cantor apresenta quatro canções instrumentais, sendo uma no estilo neo-clássica, uma eletrônica, uma synthwave e uma vaporwave. A escolha dos estilos foi feita com base nas fases do sono, como explica o cantor.“A primeira é a dificuldade de dormir (Insomnia); a segunda é o sono REM (Rapid Eye Movement); a seguinte são os constantes pesadelos nos cochilos (Nightmares Without Her); e a última é o paraíso, o dormir depois de todo o sofrimento (Sleep).”A faixa Insomnia tem clipe no Youtube e toda a sua construção e estética é baseada nas sensações causadas pela insônia. Ele utilizou situações que ele sentiu, pois tem experiência com falta de sono... VIA
"Grandes Momentos 2015-2018" é uma coletânea que reune as gravações realizadas pelo Acidental - projeto do músico catarinense Alexandre M., ex-frontman do grupo Parachamas - e lançadas em EP's, fitas cassete e formato digital ao longo de 3 anos.O indie rock de inclinação pop, cantado em português, dá o tom da maioria das composições, e como elas abrangem um período de 13 anos de experimentação, percebe-se também como essa sonoridade foi sendo lapidada com o passar do tempo e das gravações.Além das faixas dos EPs, versões acústicas e b-sides completam este que é primeiro cd cheio do artista e encerra um primeiro capítulo de sua carreira. Agora resta aguardar - já!? - por um segundo trabalho full, para entender qual o próximo passo deste projeto que tão bem soube registrar sua formação...VIA
O Projeto HxxX é uma catalização de ideias que pairam no ciclo musical, social e sentimental de Pedro Regada e Thiago Chocolate. Surgiu em Janeiro de 2016 com a necessidade de seguir um projeto solo, fortalecendo a parceria com artistas consolidados e também agregando novos músicos à cena local. Essa convergência tem permitido sintetizar sentimentos e expressá-los a partir de um cenário de produção intimista e de universos que se encontram e se assimilam.
Após chamar atenção com o lançamento dos singles colorBLIND, CARNE e imaginaryLOVER, o multi artista curitibano Chameleo lança nesta sexta-feira (24), o EP de estreia. Intitulado utopiaTABOO, o trabalho traz uma atmosfera confessional com faixas que abordam relacionamentos conturbados, amores não correspondidos, as fragilidades das relações humanas, as angústias e ansiedades da vida contemporânea, além fazer um paralelo com a ideia de estar entre a vida e a morte e um tratamento de câncer que o próprio artista enfrentou em 2018. Mesclando linguagens do pop e do indie, da moda e do cinema as faixas trazem referências de diversos gêneros, sintetizando seu intenso processo de autoconhecimento construído ao longo de muitas metamorfoses.O MultimodoBR conversou com o CHAMELEO, que conta mais detalhes sobre a carreira, suas influências e a construção do EP “utopiaTABOO”... VIA
A voracidade das relações, indo do amor ao ódio, é a inspiração para “Love”, EP de estreia de MAYA. Como uma paixão que queima, ela canta abertamente o sexo em um trabalho que caminha entre o pop e o alternativo com um forte apelo visual voltado para a moda, o empoderamento e a sensualidade. Lançado junto do clipe para a faixa “eBay”, o EP está disponível em todas as plataformas de música digital. Inspirado pela poesia trágica do romantismo em uma visão contemporânea e millennial, com suas ansiedades e dramas próprios, o EP da artista é a primeira parte de um projeto, que será complementado com novas faixas expondo uma visão quase oposta para os mesmos temas... VIA
O grupo de música instrumental [Quarteto] Bumba [Trio] utiliza a improvisação (afirmando forte sotaque jazzístico) e a fusão de padrões musicais como samba, baião, maracatu entre outros; procurando retratar fragmentos da nossa multiculturalidade em suas composições. O grupo existe desde 2004 e é formado por músicos atuantes no cenário musical instrumental teresinense: Flaubert Viana (Saxofone); Rafael Viana (Bateria); Valdir Coyote (Contrabaixo) e Thiago Cabral (Piano). O quarteto já participou de importantes festivais de música instrumental da região...
Aphorism e Rabujos acabam de lançar split em conjunto. O novo trabalho está disponível para distribuição via streaming em todas as plataformas digitais e será distribuo em mídia física em agosto 2019. Dois nomes conhecidos do Grindcore do nordeste se unem para uma lançamento pra lá de Brutal. Um Split CD contendo 12 pedradas incluindo um cover que cada banda fez pra outra, em formato digipack. Os responsáveis pelo pertado são os selos Electric Funeral Records, Resistência Underground Distro e Prod. , Insulto REX, Cospe Fogo Gravações, Entorte Discos, Metal Island, Burn Records e Tropical Death...VIA
Um dos nomes mais interessantes da cena eletrônica de São Paulo, Gustavo Teixeira está de volta com um novo EP de inéditas como Nuven. Em Desordem Natural (2019), o produtor segue exatamente de onde parou há três anos, durante o lançamento do ótimo Partir – 19º colocado em nossa lista com os 50 Melhores Discos Nacionais de 2016. São camadas instrumentais, ruídos eletrônicos e ambientações melódicas que parecem dialogar com o trabalho de veteranos da IDM, como Aphex Twin e, principalmente, o britânico Four Tet... VIA
Cantora, percussionista e compositora pernambucana radicada em São Paulo, Alessandra Leão mergulha na religiosidade em seu novo disco, “Macumbas e Catimbós” (2019), um disco que nasceu de uma sessão de improviso de música e artes visuais a partir das macumbas e catimbós em 2017, virou show (“Pedi autorização e orientação aos meus guias, pedi amparo aos meus pais de santo, Luiz Soliano e Marilda Soliano e ao povo do Quiguiriçá”, ela conta) e, agora, ganha formato de disco em 15 canções percussivas, fortes e acompanhadas por um livro assinado por Juçara Marçal (leia aqui).“Precisei de 40 anos para fazê-lo”, conta Alessandra no belíssimo texto sobre o disco em seu site oficial, em que ela relembra sua trajetória religiosa, nascida “numa família católica como religião, Kardecista por filosofia e prática”, passando pela fase ateia de duvidar e negar tudo até adentrar a “Zona da Mata Norte de Pernambuco e lá o Cavalo Marinho, Maracatu de Baque Solto, Coco, Ciranda” e mergulhar em sua primeira “sambada de maracatu”, que após um triste episódio que permitiu a ela entender “o sagrado da música e da arte diante da vida e da morte”. Alessandra despontou com o grupo Comadre Fulozinha, ao lado das parceiras Isaar e Karina Buhr. Estreou solo com “Brinquedo de Tambor” (2006) e seguiu com “Folia de Santo” (2008), “Dois Cordões” (2009) e a trilha sonora “Guerreiras” (2010) até mergulhar na trilogia de EPs “Pedra de Sal” (2014), “Aço” (2015) e “Língua” (2016) – os três EPs disponíveis para download gratuito e audição no site da artista. Para ela, “Macumbas e Catimbós” (2019) é uma celebração, uma oferenda. “É um presente que ofereço aos Orixás, aos guias e entidades que trabalham, dançam, cantam, receitam, orientam e curam. Este disco é presente às forças que me guiam”, ela avisa... VIA
Programa piloto do Podcast esquizofrênico/ mixtape HC Radio Rebelde, uma ideia antiga nossa que resolvemos por em prática neste mês que comemoramos 10 anos de história. Nosso intuito e sempre convidar um musico parceiro pra produzir o episódio. Neste primeiro programa, contamos com a produção do músico paraibano Daniel Jesi (Rieg, D_M_G, Burro Morto, entre outros projetos).
A ideia é sempre convidar uma galera pra falar sobre o que a gente quiser. Neste programa, falamos de Futebol, música eletrônica, politica, a canção, entre outras coisas.
Música da vinheta de Abertura e encerramento: Radio Rebelde (banda Defacto).
Neste programa:
Craca - Latinos
Black Alien falando sobre o Brasil (fala retirada do depoimento do Gustavo para o doc O Som do Tempo, da 202 Filmes).
Black Alien e Speed Freaks - Timoneiro
Negro Leo falando da inovação na musica e canção
Negro Leo - Ao Vivo no Museu do Estado de Pernambuco (2016)
Dudu falando da arquibancada e de Futebol
Antiporcos - Meu Esporte e a Arquibancada
Daniel Jesi - Beat 06 (30 dias/ 30 beats)
Daniel falando da musica orgânica no eletrônico
Big Jesi - Miragem Dinucci
Lula falando sobre a previdência
Monte Imerso - Ilusões
Hugo dos Santos - Mensagem de despedida
Produção e edição: Daniel Jesi (@BigJesi) Criação: Hominis Canidae LOGO: George Frizzo Foto de capa: Negro Leo no Museu do Estado de Pernambuco (por Igor Marques)
Imagine o corpo humano numa tentativa além de seus limites para entrar em contato e escutar os sons extraterrestres e extracorpóreos, que estão no ar, em outras galáxias e ao mesmo tempo dentro de si. O esforço é tão grande que o corpo enfraquece e responde com uma inflamação do ouvido interno. Foi depois dessa jornada auricular, tentando nunca esquecer a toalha, que surgiu a banda Labirintite, no formato piramidal de trio, com o objetivo praticamente terreno de produzir e amplificar esses sons de Alfa, 42, Ômega e 3,14 (com a ajuda de algumas unidades de Big Muff). Como registro fica o primeiro EP carimbado homonimamente como se top secret fosse,aludindo ao embate milenar desses seres gigantes, pré-históricos que são a lula e baleia...
A Delphos nasceu em 2018, mas a sonoridade icônica da década de 80 é uma grande inspiração para os três integrantes da banda: FZZ (vocais e teclado), Motta (bateria) e Cleitinho (synth e pads). O EP da Delphos investe no Retrowave, gênero musical caracterizado pelo revival da sonoridade inconfundível do pop oitentista popularizado recentemente por filmes como “Drive” e games como “Hotline Miami”.A sensação de nostalgia é um fator importante para o trio, que apesar de preferir letras simples, explora temáticas como ansiedade, angústia e relacionamentos tóxicos.“Gosto de ver a música como uma válvula de escape, um portal para o universo fantástico que existe na própria mente. Valorizamos demais a busca por autoconhecimento, por isso, falamos sobre batalhas mentais cotidianas nas nossas letras”, ressalta a vocalista, FZZ...
Como prometido previamente chega a internet o quarto disco de estúdio da banda Revolução. "Era Uma Vez no Brasil" foi gravado totalmente em Belo Horizonte, no estúdio Casa Radar, região norte da cidade. Muitas músicas do disco tratam de temas políticos e problemas sociais brasileiros. "Existem muitas polêmicas no Brasil e na internet, mas indiscutivelmente a educação tem que ser prioridade de um país que quer se desenvolver", conta Johnny Kiff, que é autor da letra e também dirigiu o vídeo gravado durante as manifestações do último dia 30 em Belo Horizonte. "Não é uma grande produção audiovisual, apenas quis dar voz a milhares de pessoas que tem muito o que dizer. Sei que para alguns soará como apenas uma crítica ao governo federal atual, mas para mim é bem mais do que isso, os problemas são maiores e a causa é maior", completou o músico...
Foi lançado recentemente o novo álbum de Gustavo da Lua, reconhecido por seu trabalho como percussionista da Nação Zumbi. Criativamente intitulado Homônimo, trata-se do segundo lançamento solo da carreira de Gustavo, após RadianteSuingaBrutoAmor, de 2013.Anteriormente, foram lançadas como prévia do álbum as faixas “Ponte Sinai“, “Radiante” e “De Boca em Beco“. Agora fomos apresentados a 5 inéditas, completando as 8 músicas do disco. Homônimo passeia por diversas sonoridades, respirando um ar bem original e dançante. Ficam claras as referências na música caribenha e africana, além, é claro, da nordestina... VIA
Senso comum, comodidade, conformidade ou mesmice são significados distantes e sem qualquer tipo de força dentro do universo do Test. Havia poucos espaços para shows? João e Thiago Barata colocaram os instrumentos dentro de uma Kombi e viajaram para tocar e espalhar a palavra do grindcore dentro e fora do país. Loucura? Talvez, mas como escreveu Fernando Pessoa, a tal loucura “provêm, por igual, de uma anormalidade. Representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio”. O Test talvez sofra desse bem. O de não se adaptar ao meio dito convencional. Veio a ideia de montar uma Big Band de música extrema, coisa que não deve ter passado nem na cabeça do malucão John Zorn, Depois, a gravação de um split nada convencional com o D.E.R. Ao vivo ou em estúdio, o Test sempre tinha uma proposta que desafiasse os limites das ideias e da música extrema.Há uns anos, quando João decidiu montar a banda, em um desses papos informais, ele disse que a ideia era criar um som que soasse como uma espécie de homenagem às bandas de death metal mineiras da década de 80. Composições diretas, ríspidas e sem muitos rodeios. Era pra ser bruto. Mas essa é uma qualidade que não conversa com a inquietude da dupla. Dessa forma, o Test foi procurando trajetos inéditos e, a cada disco, a cada show, a banda foi ficando cada vez mais única, o que se reforça com a chegada de O Jogo Humano e suas 54 músicas.O disco, masterizado no Audio Siege (Portland) por Brad Boatright (Sleep, Full of Hell, YOB) é, literalmente, um jogo da música extrema. De palavras, faixas, criatividade. Um disco que confirma que o Test é um desses vitoriosos casos onde uma banda, ou artista, consegue criar uma identidade forte a ponto de ser reconhecida por isso... VIA
Milkshakes é uma banda alagoana que deve fazer muito barulho nos próximos meses com a sua sonoridade cheia de camadas.Quatro anos após o EP Technicolor, o grupo está de volta agora com um disco cheio chamado Wanderlust, e definitivamente a vontade incontrolável de viajar por aí fica estampada em cada uma das oito canções do álbum.Aqui, o grupo usa e abusa do dream pop, da psicodelia e de influências claras de nomes que vão de Mac DeMarco ao Tame Impala passando pelo DIIV, e as cores, presentes em tantas das faixas, também dão espaço para momentos mais introspectivos... VIA
Nome em ascensão no rap carioca, Xaga abre o coração em seus versos e divide ansiedades, angústias e um olhar afiado sobre a cidade e a busca por seus objetivos. Mirando alto em seus sonhos, ele lança “Asas de Ouro”, seu álbum de estreia.O projeto conta com participação de Sant, Ghetto ZN, Paige e DJ Erik Skratch e está disponível em todas as plataformas de música digital.Nascido Diego Chagas na Baixada Fluminense, ele se interessou pela cultura hip hop em 2007, quando começou a testar batidas e rimas. Com o passar dos anos e um contato mais intenso com o rap nacional, Xaga tomou para si uma missão: propagar verdade, inspirar jovens e se tornar relevante no cenário musical através das suas ideias, voz e princípios. E passou a estudar para desenvolver um estilo de lírica e de produção musical. O resultado disso é “Asas de Ouro”... VIA
Brisa do Mar é o título do quinto álbum de Mariana de Moraes. Com lançamento pela Dubas em 31 de maio, a obra apresenta a exímia musicalidade e o domínio vocal da artista, neta do poeta e compositor Vinicius de Moraes, em meio a um ilustrado repertório que passeia pelas mais potentes pulsões da música brasileira.No disco, que conta com a produção de João Samuel, canções de Tom Jobim (Inútil Paisagem) a Djavan (Embola Bola), passando - entre outros - por Maysa (Resposta), Gilberto Gil (Preciso Aprender a Só Ser) e a parceria João Donato e Abel Silva na faixa-título encontram seu ponto em comum no talento interpretativo de Mariana. Vinicius aparece duas vezes, em Seule (escrita com Pixinguinha) e Sabe Você (parceria com Carlos Lyra), que ganha participação do renomado conjunto Os Cariocas. Para lapidar a sonoridade de Brisa do Mar, a artista se cercou de músicos excepcionais, como o também idealizador do projeto Robertinho Silva, Leonardo Amuedo, Fernando Merlino e Jefferson Lescowich em todas as bases e arranjos, e participações de José Arimatéa, Julio Merlino, Gabriel Grossi e Bebê Kramer...
Oscilações mentais de um preto é produzido pelo selo QuilomboLouco Beats e composto por 05 faixas solo de Real Narco Liricista. Lançado em abril/2019 chegou como promessa do Rap Piauiense e desencadeou um sequências de shows para o artista. O álbum é totalmente trabalhado com o Boom Bap, clássico estilo do RAP e traz nas letras referências locais e muito bate cabeça. Mix/Master feita pelo mestre DJ PTK, a art/capa e identidade visual foi desenvolvida pelo artista/grafiteiro Malcom "-|-|-|-" , e animação gráfica pelo artista piauiense Ambrósio Pentú. A música A corda leva o beat do Mudo, também beatmaker piauiense. OMUP é um dos trabalhos mais pessoais do artista, sendo um resumo lírico das próprias vivências, fruto de questionamentos diários, de um morador da periferia de Teresina, na Zona Sul da cidade, onde até um dia sua casa nem existia no mapa...
No radar de muitas pessoas desde 2016, Brvnks deu mais um salto na sua carreira. A cantora goiana lançou na última sexta (31) o seu primeiro álbum: Morri de Raiva. Apesar do título em português, as 10 músicas que fazem parte do trabalho tem letras em inglês. Certamente, este é um elemento que combina bastante com a sonoridade meio indie e meio power pop que Brvnks vem apresentando desde o EP Lanches (2016). Morri de Raiva é o resultado de um trabalho que vem sendo lapidado há vários anos. Isso fica claro ao ver que algumas canções tiveram letras modificadas para ganhar mais sentido. Bem como alguns títulos originais foram modificados... VIA
Em recente entrevista, Nana Caymmi disse que sua sobrinha, Alice Caymmi, não deu mel. Vou me permitir a ousadia de discordar frontalmente dela. A jovem cantora da família deu muito certo, como prova o quarto disco da artista: Electra.No álbum, ela canta acompanhada apenas do piano de Itamar Assiere. O reportório de 10 faixas é composto por leituras de novidades e pérolas da MPB. “O que diferencia Electra é a busca profunda e inesperada na obra de antigos compositores”, explica Zé Pedro, diretor artístico do projeto.“Eu vejo como um dos lançamentos mais corajosos da minha carreira. No sentido de eu saber exatamente o que estou fazendo. Parece que o que sempre esteve em mim era o caminho certo o tempo inteiro. O básico, o ancestral, o fundamental”, explica Alice... VIA
É chegada a hora de mais um lançamento do projeto Electric Light Pulp. O novo EP “Ansiedade” é composto por duas faixas instrumentais autorais oriundas da mente inquieta de Tiago Felipin, “Catalepsia projetiva” e “Tormenta no céu“. Gravado e produzido de forma independente, “Ansiedade” é o sexto lançamento do Electric Light Pulp, e que chega para enaltecer o universo onírico que permeia a sonoridade do projeto. A capa também é criação do próprio artista, através de colagem feita a partir de imagens de revistas de saúde e bem estar.... VIA
Conheci a VÊNUS IN FUZZ através do escritor e fanzineiro carioca CARLOS A. Li uma entrevista em seu blog (ele edita os zines físicos Brownie Mofado e o Raspas e Restos). Ouvi as faixas disponíveis na época e me conectei em espírito e ouvidos ao som da banda, que é de João Pessoa. É uma das bandas que mais tenho vontade de dividir o palco e que mais admiro, tanto o discurso, quanto o som. Me faz celebrar a conexão intelectual que nos liga (nós, os insatisfeitos) por todo esse país. Tenho certeza que irão gostar, assim como eu.Segue entrevista com Igor, guitarrista e baixista da Vênus in Fuzz... VIA
O trabalho vem no melhor underground com estilo mais sujo misturado com um Boom Bap clássico, como já era esperado a lírica do ManoWill continua impecável e suas escolhas para as participações foram pontuais principalmente nas músicas “Deposito de Frustração” com o Bahiano, Odissh, e Janumsabe com Matéria Prima e niLL.O nome da mixtape é um ponto se citar, pois, a terminologia do nome Nuvem Negra sempre é associado a coisas ruins e o artista traz uma nova visão para esse termo dizendo que não traz má sorte pelo contrário uma Nuvem Negra não tem sina e não significa que é uma coisa ruim, pois, tudo relacionado a negros é sempre relacionado a coisas ruins e ta na hora de quebrar isso.Também pode ser uma referência a clássica canção “Nuvem Negra” de Gal Costa será?... VIA
Koogu é o nome do projeto musical desenvolvido pelos músicos Henrique Geladeira, Gustavo Rocha e Daniel Garça. Dessa junção resulta uma das experiências sonoras mais criativas oriunda da cidade de Natal-RN. Nos palcos desde 2014 o trio se divide entre guitarra, baixo, bateria, sintetizadores e pads eletrônicos, que são utilizados como ferramenta para criar um som denso e sem rótulos, partindo de camadas de loops de guitarra em direção a um universo próprio de colagens, timbres e tempos tortos. Quatro anos após o EP À Espera da Shuva o Koogu nos traz mais um ótimo lançamento, intitulado Telesterion. O álbum é composto por cinco músicas, será lançado em formato digital pelo selo Rizomarte Records e K7 pelo selo Catamaran, conta com a participação da cantora Luísa Nascim (Luísa e os Alquimistas) e do percussionista Filipe Castro.A música do Koogu é sinestésica, mexe intencionalmente com as sensações e convida a uma experiência de se deixar levar por cada composição. É como se as músicas dessem vida a paisagens movediças onde o ouvinte acompanha o passo a passo e as variações de cada criação. Talvez por isso o nome das cinco músicas preste homenagem a cinco espécies de cogumelos mágicos que brotam em diferentes regiões da Terra. Viagem bem alicerçada e certeira em suas desconstruções ocasionais, os três músicos sabem como fazer dos sons um veículo para as jornadas profundas e celebram em suas músicas o mistério que nasce da natureza emaranhada dos micélios.Uma busca rápida na internet e você descobrirá que Telesterion também é o nome de um antigo templo dedicado a rituais psicodélicos que louvavam o ciclo da vida, a passagem do tempo e as transformações pelas quais todos iremos passar. Mas não precisa se enfurnar em nenhum novo templo para escutar o Telesterion do Koogu. A capa, desenvolvida pelo baixista e artista visual Gustavo Rocha, expressa bem a metáfora que aproxima cada um de nós do antigo mistério. A psicodelia mesclada, disforme e multicolorida se desmancha em tons vibrantes enquanto o templo escuro talhado em pedra ocupa o centro e convida a um mergulho mais profundo. Aí está o Telesterion, irrefletido no interior de cada um de nós e muito além da psicodelia. Nesse choque entre a plasticidade moderna e a densidade do arcaico, o som do Koogu se apresenta como matéria invisível pronta a lhe fazer viajar, sempre celebrando as idas e vindas do movimento cósmico que rege a existência...
“Quando a ignorância irá acabar?” perguntou Audre Lorde no discurso principal da Conferência Nacional de Gays e Lésbicas do Terceiro Mundo, em 13 de outubro de 1979. Quase quarenta anos se passaram desde então e a resposta ainda parece não mostrar sua face à luz do dia.Vivemos num mundo em que as marcas do racismo, machismo, LGBTIfobia e intolerância religiosa reforçam discursos de ódio, elegem presidentes, encharcam redes sociais e questionam os pequenos avanços alcançados pelo Brasil nas últimas décadas. A arte ainda se mostra primeiro, como cantava Falcão (O Rappa), e continua luminosa ao apontar, em breves palavras, verdades extensamente problematizadas pelo pensamento social e filosófico nacional.“A cada passo pra frente a casa grande treme” é uma dessas frases que relatam o quadro social do Brasil da segunda década do século XXI pronunciadas por Larissa Luz em seu novo disco. Por situações como as indicadas nessa frase, a temática de nossa estrutura escravocrata continua aberta a inúmeras possibilidades de reflexão e crítica social.Explorada no cinema em obras como “Que horas ela volta?” (Anna Muylaert), na música, em discos como “Galanga livre” (Rincón Sapiência), e em centenas de obras literárias e acadêmicas, a temática de nossas heranças conservadoras e escravocratas indicam as complexas relações raciais de um país cuja elite econômica ainda não aceitou o fim da escravidão... VIA
A mais nova banda de Brasília se chama Malice e une um ótimo Stoner Rock com uma pegada garage, riffs marcantes, vocais femininos e letras em português. O nome vem de uma mistura de “Alice no País das Maravilhas” com a “malícia” existente nas mais intimas situações do cotidiano humano.A banda formada por Bia Nobre (vocal), Vinícius Eré (baixo), Emerson Barros (bateria) e Gabriel Lira (Guitarra) lançou na terça-feira (28) o EP “Respiro”, primeiro trabalho da banda que chega cheio de atitude e expectativas.“Respiro é fruto de um trabalho intenso que iniciei com o pessoal do M&V Recording Studio. Fizemos tudo com muito carinho e profissionalismo e ficamos muito satisfeitos com o resultado!” – afirma Bia Nobre... VIA
Pouco menos de um ano após o lançamento do torto Brasa (2018), terceiro álbum de estúdio em carreira solo, Marcelo Perdido está de volta com um novo trabalho repleto de composições inéditas. Em 2♥ (2019), o cantor e compositor paulistano busca inspiração na obra de Cazuza para investir na construção de um registro marcado pela força dos sentimentos. São versos marcados pela redescoberta do amor, instantes de profunda desilusão sentimental e versos existencialistas que invadem a mente de qualquer jovem adulto.Para a realização do trabalho, Perdido contou com a colaboração da cantora Luna França, dona da voz que ecoa em momentos estratégicos da obra, a produção de Gabriel Serapicos (Serapicos / Compositor Fantasma) e mixagem de Habacuque Lima (Ludov). O resultado dessa maior interferência criativa está na produção de um registro conceitualmente bem-resolvido e amplo, talvez o melhor na carreira do músico paulistano, efeito direto da colorida sobreposição de ideias, ruídos eletrônicos e versos agridoces... VIA
"O hip hop salvou minha vida". O velho mantra que estampa camisetas ao longo desse Brasil é a mais pura realidade de Coruja BC1. Cria de Munhoz Jr., quebrada de Osasco, o rapper paulista viu a violência desde moleque e cresceu em um contexto que estar vivo já é motivo de comemoração. Aos 24 anos e escrevendo rimas desde os oito, ele investe em um outro caminho para seus versos em Psicodelic, seu mais novo álbum criado a partir da frase que sua babalorixá disse: "devemos tomar cuidado com a nossa mente. Ela arma, engatilha e atira". Este também é o primeiro lançamento de Coruja desde que saiu da Laboratório Fantasma... VIA
O músico China lança seu quarto álbum solo, “Manual de Sobrevivência para Dias Mortos”. Cinco anos depois de “Telemática” (2014) ele vem com essa “pedrada”, que tanto nas letras como no som traduz o Brasil de hoje. A origem punk e o caráter inventivo, marcas desse artista desde quando lançou sua banda Sheik Tosado, no final dos anos 90, são a essência da sonoridade de “MSDM”, assim como o tempero pernambucano que sempre permeou seu trabalho. “Vejo o compositor como um cronista da realidade, e a realidade em que vivemos anda bem dura de ser digerida. É impossível observar o que acontece no Brasil e no mundo e não ter um olhar crítico sobre as mazelas e retrocessos. Acredito que a arte ajuda a propagar ideias e pensamentos, e espero que as pessoas reflitam um pouco sobre o que é dito nas canções desse disco” – comentou China.A trinca que se formou para as gravações do disco é composta por China — que além de cantar, se aventura na programação dos beats, toca baixo, órgão e seleciona samples –, pelo produtor do álbum Yuri Queiroga — que toca violão, guitarra, baixo, micromoog, além das programações e samples — e pelo percussionista Lucas do Prazeres. É dessa interação que nasce a espinha dorsal das canções, uma leitura do Brasil a partir dos sons... VIA
Oblomov, o personagem que dá título ao romance do russo Ivan Goncharov, é um gênio da preguiça, famoso pela proeza de passar as primeiras 150 páginas do livro que lhe cabe sem conseguir sair da cama, arrumando desculpa por cima de desculpa para não cumprir com as obrigações mínimas de estar vivo. Já a dupla João Victor (guitarra, voz) e José Eduardo (guitarra, baixo, bateria, percussão), que empresta o nome do personagem para batizar seu projeto musical, corre na paralela: preguiçosos sim, imóveis jamais. Ambos na casa dos 18 anos, os meliantes acabam de colocar na praça um EP com cinco faixas gravadas em casa utilizando um celular e outros métodos caseiros, costurando influências de música brasileira, indie jovem e poesia... VIA
Entrar em contato com novas expressões e novos artistas é uma das razões de ser de quem se dedica a ouvir música e transforma-la em texto. Mas do que eleger o que é melhor, quem mais avançou e ou definir diretamente ou indiretamente os caminhos do mercado, se trata de descobrir o novo. Nos parece que fazer eco às sensações que sentimos ao vermos/ouvirmos novas e novos artistas é o principal desse trabalho.Mulheres tem muita dificuldade para entrar nesse circuito por diversos fatores, mas talvez o principal deles seja o machismo, que não nos permite ouvir as coisas com ouvidos livres. E por conta do caráter estrutural do patriarcado, as relações de produção, divulgação e visibilidade é sempre um imenso obstáculo.Exatamente por conta desse sistema de coisas, o status quo da música que se relaciona necessariamente com o todo o social, foi o Don L quem me fez ir atrás da TAY. Não porque um homem indicava a música dessa excelente artista, mas por conta da visibilidade que sua indicação tem, e fez com que a dica nos assaltasse. E não foi outra nossa surpresa quando entramos em contato com a música dessa cantora, compositora e artista visual... VIA
Com o lançamento de Piacó (2015), os integrantes do coletivo mineiro Iconili alcançaram
um novo estágio criativo. Em um intervalo de mais de 70 minutos de
duração, composições marcadas pelo uso de metais, texturas e camadas
detalhistas pareciam expressar o completo amadurecimento da banda – hoje
formada pelos músicos André Orandi (teclados e saxofone alto), Chaya
Vazquez (percussão), Gustavo Cunha (guitarra e sintetizadores), Henrique
Staino (saxofone tenor e soprano), Josi Lopes (voz), João Machala
(trombone), Lucas Freitas (saxofone barítono e clarone), Rafa Nunes
(percussão), Fernando Monteiro (bateria), Rafael Mandacaru (guitarra e
teremim) e Willian Rosa (baixo).Quatro anos após a entrega do registro, o
grupo mineiro não apenas resgata parte das experiências detalhadas
durante a produção de Piacó, como convida o ouvinte a se perder em um
universo marcado pela constante transformação. Em Quintais (2019, YB
Music), mais recente trabalho de estúdio da Iconili, cada composição
aponta para uma nova direção conceitual, indicativo da completa
versatilidade do álbum que ainda conta com a interferência do produtor
Leonardo Marques (Moons, Transmissor)... VIA
Devotos das antigas: Tirada do Livro "Devotos: 20 anos", do Hugo Montarroyos (editora CEPE)
No final deste mês de junho, este humilde bloguinho completa 10 anos de história. Aproveitando o mês festivo, vamos começar a soltar algumas entrevistas com artistas que curtimos e acompanhamos ao longo de nossa história. Acreditamos que seria legal tentar colocar algumas entrevistas por aqui, mas não sabemos qual será a temporalidade delas.
A primeira que irá sair é com trio punk pernambucano Devotos. Eu tentei emplacar na vice entrevistas com a banda duas vezes nos últimos anos. A primeira foi em 2017, falando sobre os 20 anos de lançamento do Agora Tá Valendo, primeiro disco da banda, lançado pela PLUG/BMG em 1997 (Pra Download aqui). A segunda tentativa foi no final de 2018, falando sobre os 30 anos da banda e o lançamento do O Fim que nunca acaba, sétimo álbum de inéditas da banda (Pra download aqui). Um disco urgente, com sonoridade diferente do punk tradicional do trio e que desvenda o Brasil periférico atual como poucos. Mas a gente fala mais dele na próxima parte do papo. Eu pensei em soltar as duas juntas, mas me lembrei do grande pensador Fafá Zanatto e sua tag favorita: Too long, dont read (muito longo, não li).
Sendo assim, iremos começar pelo primeiro papo, que foi mais rápido e que põe em evidência um dos trabalhos mais legais do punk pernambucano, nordestino e porque não nacional. A Devotos (na época do Ódio) acabou se misturando com o Movimento Mangue ascendeu num momento em que Recife era pura musicalidade, atraindo interesse de pessoas do mundo todo. Foi assim que o trio do Alto José do Pinho conseguiu lançar seu primeiro álbum e direto por uma major (A PLUG da BMG). Esse papo não saiu na época porque tanto eu, quanto o editor do site onde ele ira sair, achávamos importante falar não apenas com os integrantes da banda, mas com pessoas envolvidas no processo. Eu até tenho contato com Paulo André, produtor da banda na época e consegui o contato do Lúcio Maia (que produziu o álbum), mas com o Maurício Valadares o papo era meio engessado, apenas por mail e pelo visto estava "sem tempo irmão". E ele era peça fundamental para entender ainda mais o álbum, já que parte da polêmica era que sonoramente o disco não parecia com a Devotos ao vivo, como bem disse Hugo Montarroyos no livro "Devotos: 20 anos". Eu poderia ter insistido um pouco mais, mas a questão é que demorou muito e a matéria esfriou.
A questão é
que ambos os papos tem falas muito bacanas do Cello, Neilton e do
Cannibal. E seria bobeira deixar isso morrer no meu bloco de notas. Fora que trata-se de um dos discos mais importantes da minha vida (Tá até na lista que fiz pro Flogase). Passei parte da minha adolescência morando bem perto do Alto José do Pinho e como todo jovem, era imprudente o bastante para andar de bicicleta subindo e descendo as ladeiras por toda extensão da Avenida Norte. Bom, segue o papo.
Como é ter razão há 20 anos? É frustrante ver que alguns dos problemas tratados no Agora tá valendo ainda existem?
Cannibal: eu acho que o que aconteceu há 20 anos e o que acontece agora é reflexo da própria sociedade. A gente está vivendo num período onde todo mundo tá reivindicando uma nova política, mas eu acho também que as pessoas tem que se cobrar. Não adianta reivindicar nova política, é também você saber o que você quer fazer, saber votar, saber correr atrás e reivindicar as suas coisas. É que às vezes as pessoas trocam seus votos por coisas imediatistas, um emprego, alguma coisa e não pensa no social.
Isso é uma coisa meio cultural do Brasil. Isso sempre aconteceu e vai continuar acontecendo. Então qualquer coisa que você fale ou faça nos anos 80, vai se refletir muito no agora, por que tudo que aconteceu, continua acontecendo. A gente tenta mudar as coisas, mas esquece de mudar nós mesmo e o nosso jeito de viver. Eu acho que a gente pensa muito na gente individualmente, no momento em que a gente começar a pensar socialmente em tudo, eu acho que a coisa começa a melhorar.
Eu acho o “Agora Ta Valendo” um disco sobre o Alto José do Pinho, mais até do que sobre periferia, Recife ou vocês três. Queria que vocês falassem como é retratar um espaço tão pessoal de vocês e ver esse trabalho ser tão bem recebido.
Cannibal: A ideia daquele disco é muito Alto José do Pinho porque, até os 16, 17 anos, que foi quando a gente começou a fazer música, a nossa vida era o Alto José do Pinho, eu não conhecia nada. Eu particularmente não saia do Alto José do Pinho pra quase nada, saia só pra jogar pelada (futebol amador). A minha vida social era no Alto José do Pinho e eu escrevi o que eu vivia e via, eu não escrevia nada sobre o que eu via na TV ou no jornal, não tinha como escrever sobre isso porque não era meu.
Era um cara passando na rua, sentado na calçada sem nenhum centavo tomando cachaça e eu escrevendo a letra naquele momento. E é por isso que a identificação é tão forte com a comunidade. Por causa da nossa vivência dentro da comunidade. A gente pensava muito dentro do Alto José do Pinho. O mundo estava acontecendo, a gente estava no mundo, mas a nossa preocupação maior era com a barreira que estava caindo lá no Alto, era com a falta de segurança no Alto e isso refletia em outras comunidades. E ai que eu entro na história de ter dado certo, principalmente pra quem é de periferia. Porque você falar do Alto era meio que falar dos problemas que aconteciam em todas as periferias. Por isso que aquele disco o “Agora Tá Valendo” é muito Alto José do Pinho. A gente só começou a sair do Alto depois que a Devotos começou a acontecer e ai a gente teve outra visão de mundo, por assim dizer. Mas esse disco é a cara do Alto.
O que eu posso dizer que mudou de lá pra cá, falando 20 anos depois. Eu acho que o que mudou de lá pra cá é ver a galera com uma autoestima mais forte, de não ter vergonha de ser morador da comunidade. E que pode mudar o seu quadro social com a cultura, com seu trabalho. E isso a gente tem na vivência no Alto José do Pinho, porque depois da gente surgiram vários outras manifestações culturais como o Afoxé, o “Amigos do Alto José do Pinho”, e várias outras pessoas que fizeram e fazem até hoje. Então, a gente viu que conseguiu dar um empurrão, se nós conseguimos mostrar o Alto para o mundo e sair dele com isso, vocês também conseguem. Essa afirmação a gente vê hoje na comunidade. Os problemas continuam acontecendo, a falta de segurança, saneamento, etc. Mas aquela coisa de você dizer: Eu moro no Alto José do Pinho, eu sou morador do Alto, isso a gente conseguiu mudar. Não só como banda, mas como um coletivo de pessoas que queriam mudar positivamente seu lugar. Hoje as pessoas falam que moram aqui, que conhecem o Adilson do Matalanamão, o Zé Brown do Faces do Subúrbio. A referência agora é a música e a cultura. Antigamente antes das bandas, as referências eram o assaltante de banco, o criminoso que descia pra assaltar na Avenida Norte, era o cara que saia nos jornais policiais. Então hoje isso mudou muito.
Cello: Eu acho que o disco sintetiza a autoafirmação do lugar onde você vive e como você vive. Eu acho que o disco resume bem isso, essa identidade com uma estima, ela leva muito essa mensagem de estima.
Vocês pesaram o risco de se expor e ter essa autoafirmação do Alto, da periferia, de seus ideais? Já que o disco saiu por um selo grande, pra todo o Brasil, apresentando vocês.
Cello: Eu acho que a gente nunca pensou nisso não. Com relação à autoafirmação de ser músico, essa a gente já tinha sim. Cada um na sua vertente de rock, mas todos já estavam nessa querer fazer música. Você já vinha desafiando tanta gente na escola, comunidade, casa, você já vem desafiando tanta coisa que quando você acha dois ou três caras pra se juntar com ideias parecidas e tirar um som, você se joga.
Neilton: Tem outra história nisso tudo que é que na época quando a gente começou a tocar, nós nunca quisemos ser exemplo e nem servir de direcionamento pra ninguém. A gente só faz o que a gente gosta. Mas isso reverberou no Alto de um jeito que a gente não tinha noção, porque as pessoas começaram a perguntar como aprender a tocar, onde comprava instrumento, até então isso não tinha força por lá. E isso foi muito importante pra gente entender o que estava acontecendo. E nós sempre nos misturávamos muito, então o pessoal viu uma banda punk tocando junto com um afoxé, com o maracatu, caboclinho e sem querer, passando isso para uma nova geração, sabe? E isso foi muito importante e nos da muito orgulho.
Como foi o contato pra chegar na BMG e lançar o disco, contem ai.
Neilton: A Devotos é do movimento punk, né? E tem muita influencia daquela cena de São Paulo, do Inocentes, Olho Seco, Ratos, Garotos Podres, essa galera. E por consequência, teve influencia até nas letras. Depois de um tempo é que a gente começou a ver que não era só aquilo que fazia parte do ideal de trabalho do movimento punk e nem do futuro como a gente imaginava. A gente começou a perceber isso quando um amigo nosso, que sempre ia pros shows da gente na época, Carlos Freitas, fez uma observação bem positiva, ele falou que a gente poderia falar de qualquer coisa e não só falar que a bomba iria explodir. Que era o tema básico do que era dito pelo punk nos anos 80, por causa da bomba nuclear, e tinha mais a ser dito que isso.
E eu falo isso porque tem tudo a ver com a nossa contratação e o lançamento pela BMG, porque mais uma vez, comungamos sem querer com o que estava acontecendo nos anos 90. Por coincidência com o movimento mangue, o aparecimento de Paulo André como produtor criando o Abril Pro Rock, entre outras coisas que estavam rolando na cidade. E eu acho que a única banda punk a comungar com essa galera fomos nós, sem deixar de ser punk e sem mudar o que a gente falava, sem negar nossa origem ou nossas ideias. E tem muita gente que nessa época nos colocou no velho chavão de traidores do movimento, porque de certa forma a gente estava participando do circuito, do boom do movimento musical que colocou Recife muito em evidência.
O lance do contrato, a gente tinha recebido até outras propostas de outras gravadoras até grande e tal, mas terminamos assinando com o selo PLUG da BMG por causa de um cara foda, que era o Mauricio Valadares, que percebeu o quanto o que a gente falava era verdadeiro, sabe? E o Mauricio tem uma história massa no rock brasileiro porque ele viveu toda aquela cena rock dos anos 80 no Rio, ai era um cara que tinha propriedade pra dizer se valia a pena investir numa banda como a Devotos em uma gravadora grande. A principio fomos muito relutantes, por conta da própria filosofia do punk, por mais que a gente não seguisse nada, a gente ficou meio relutante. Mas a gente pensou primeiro na banda e em como levar o nosso som o mais longe possível e naquela época era através de uma grande gravadora.
O Mauricio veio pro Abril Pro Rock em 1996 e viu a gente ao vivo e chegou no Paulo e disse: eu quero essa banda. E Paulo fez a ponte pra gente assinar com a BMG e acabou sendo o produtor da Devotos na época, vendendo os nossos shows após o lançamento do disco. A gente já tinha contato com ele na época de Chico (Science), nós fomos a banda que abriu o primeiro show da turnê do Afrociberdelia em São Paulo em 1996, e isso ajudou porque estávamos num lugar onde tocavam a nata da música no Brasil que era o Tom Brasil. Eu lembro que os seguranças do espaço ficaram muito felizes porque os cara tinham banda punk e viram uma banda punk tocando na Tom Brasil. Tem várias histórias que nos levam ao contrato com a BMG.
Vocês tiveram que mudar alguma coisa no som de vocês pra gravar o álbum? Por que ele é bem diferente da demo anterior e de como soava ao vivo.
Neilton: Tiveram vários fatores para que isso acontecesse. Sonoramente a gente não gosta muito do disco. Assim que chegou a mostra da mala, a gente ouviu e não entendeu. E confesso a você que eu não entendo até hoje. Por que tem coisa que a gente gravou e não saiu por exemplo. E tem outra coisa que a gente ficou pensando depois, não digo que ficamos arrependidos, mas pensamos muito depois é se a gente escolheu a pessoa certa pra produzir o disco por exemplo. Porque era o primeiro disco produzido pelo Lúcio Maia, principalmente um disco pesado. Por mais que a gente saiba que ele é muito bom na história de timbrar as coisas, pode ser que ele tenha sido podado. A gente não sabe, ficamos meio de inocente no final das gravações, porque quando Paulo chegou com a referência do disco na master pra gente ouvir, a gente ficou achando que ainda era o cru e ainda faltaria fazer alguma coisa e falamos pro Paulo. Mas e ai, quando a gente vai finalizar esse disco? E o que a gente gravou, tá aonde? E ele disse: não esse é o disco já.
E a gente nunca negou que a gente não gosta do som do disco, a gente sabe a importância que ele tem nas letras e nas músicas, mas sonoramente a gente não gosta do disco. Tanto que os discos depois foram bem mais pesados e rápidos, por exemplo. A questão da velocidade das músicas porque na época a galera queira que as músicas soassem não mais lentas, mas que fossem mais longas ao vivo e ai a gente teve que rearranjar algumas faixas, deixar elas mais longas pra gravação, diferente do que a gente fazia nos shows na época. Mas o som como saiu, a gente não tem muita culpa não (RISOS).
Como é manter a mesma formação numa banda há mais de 20 anos, se mantendo relevante?
Cello: Eu acho que a gente gosta de músicas bem diferentes e existe um respeito de todos. E essa mistureba faz bem pra gente, deixa o som interessante. Eu continuo ouvindo as mesmas coisas eu ouvia na época desse disco. O Neilton gosta das coisas estranhas dele e o Cannibal talvez seja quem mais se expandiu nos estilos por assim dizer.
Neilton: Eu acho que a gente nunca pensou muito no tempo não, só foi fazendo mesmo.
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