quinta-feira, 6 de junho de 2019

Larissa Luz - Trovão (2019)...




“Quando a ignorância irá acabar?” perguntou Audre Lorde no discurso principal da Conferência Nacional de Gays e Lésbicas do Terceiro Mundo, em 13 de outubro de 1979. Quase quarenta anos se passaram desde então e a resposta ainda parece não mostrar sua face à luz do dia.Vivemos num mundo em que as marcas do racismo, machismo, LGBTIfobia e intolerância religiosa reforçam discursos de ódio, elegem presidentes, encharcam redes sociais e questionam os pequenos avanços alcançados pelo Brasil nas últimas décadas. A arte ainda se mostra primeiro, como cantava Falcão (O Rappa), e continua luminosa ao apontar, em breves palavras, verdades extensamente problematizadas pelo pensamento social e filosófico nacional.“A cada passo pra frente a casa grande treme” é uma dessas frases que relatam o quadro social do Brasil da segunda década do século XXI pronunciadas por Larissa Luz em seu novo disco. Por situações como as indicadas nessa frase, a temática de nossa estrutura escravocrata continua aberta a inúmeras possibilidades de reflexão e crítica social.Explorada no cinema em obras como “Que horas ela volta?” (Anna Muylaert), na música, em discos como “Galanga livre” (Rincón Sapiência), e em centenas de obras literárias e acadêmicas, a temática de nossas heranças conservadoras e escravocratas indicam as complexas relações raciais de um país cuja elite econômica ainda não aceitou o fim da escravidão... VIA
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