sábado, 27 de setembro de 2025

Tenório JR. - Embalo (1964)...




Fazia um tempo que não postava um clássico do mês. Nossa singela homenagem ao pianista e compositor carioca Tenório JR., que infelizmente nos deixou de forma repentina e muito cedo. No ultimo dia 13 de setembro, o governo argentino divulgou que identificou o corpo do talentosíssimo pianista e compositor brasileiro. Ele foi assassinado a tiros aos 34 anos, após ser torturado e preso dias antes do início da ditadura na Argentina. Finalmente ele pode descansar e agora é exigir justiça e explicações ao governo argentino...


O pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Júnior, o Tenório Jr., Tenorinho, acompanhava Vinicius de Moraes e Toquinho para concertos no Gran Rex, em Buenos Aires. Era março de 1976. Hospedado no hotel Nornandie, na Calle Rodríguez Peña, perto da Av. Corrientes, o artista sai à noite e deixa um bilhete: “Vou sair para comer um sanduíche e comprar um remédio. Volto logo.”. Nunca mais voltou. Sequestrado e desaparecido-forçado. Morto pela ditadura militar argentina que se avizinhava.

Texto de contracapa do LP ‘Embalo’, por Tenório Júnior:

Este álbum é o resultado de uma série de sessões de gravação realizadas no Rio de Janeiro, em fevereiro e março de 64 para a RGE. É a minha primeira tentativa em disco como líder e devo esta oportunidade ao meu grande amigo Roberto Menescal, famoso violonista e compositor, que me apresentou a dois homens de larga visão na moderna música brasileira: Benil Santos e José Scatena, por intermédio dos quais a RGE me deixou à vontade para elaborar o álbum. Tudo me foi creditado, desde a escolha dos temas e arranjos até os detalhes mais técnicos, como estúdio, engenheiro de som, capa, etc. Isto contribuiu definitivamente para que eu me entregasse a diversas experiências com tipos diferentes de conjunto, tentativas minhas de arranjos, enfim, uma série de incursões num terreno que eu apenas havia tateado; é surpreendentemente diversa a atuação do músico num estúdio de gravação e numa casa noturna, pois, enquanto há a presença incentivamente do auditório e um “relax” natural do ambiente, naquele o que se vê é uma floresta de microfones que intimida o principiante à primeira vista... Continue Lendo na Revista Prosa & Arte

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