sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Bloco Pula Catraca - Pula Catraca! (2021)...




“Se você paga / Não deveria / Pois o transporte / não é mercadoria!”. Difícil achar quem tenha pulado Carnaval em Belo Horizonte, em 2014, sem esbarrar neste refrão – seja no desfile do Pula Catraca ou em outros blocos de rua e de luta da cidade. Derivação carnavalesca do movimento Tarifa Zero, o bloco construiu, desde seu primeiro cortejo, um repertório de músicas autorais que vão além do consagrado hino que o batiza. Junto a essa e outras marchinhas antitarifárias, estão canções autorais de nomes da cena musical de BH que formam o disco “Pula Catraca”. Evocando a irreverência e a importância das pautas da mobilidade urbana e do acesso à cidade, o álbum, lançado nesta sexta-feira, dia 27 de agosto, com live no YouTube. O encontro virtual acontece às 20h e terá participação de compositores e intérpretes de músicas do álbum, tais como Du Macedo, Jhonatan Melo, Vivian Andrade, Mestre Cascão e Nathalia Duarte, além das bandas Caminantes e Djalma Não Entende de Política. O bloco Pula Catraca surgiu no fim de 2013, como um desdobramento do movimento Tarifa Zero, que emergiu no contexto dos protestos de junho daquele mesmo ano, reunindo ativistas que se interessavam pela pauta da mobilidade urbana. “Nossa ideia inicial era fazer um batuque para fortalecer as movimentações de rua, que eram frequentes naquele ano, quase semanais. Então, decidimos organizar o desfile de 2014 e eu compus a marchinha ‘Pula Catraca’, que virou o hino do bloco”, conta o músico Du Macedo, lembrando que a marchinha ficou com o segundo lugar no Concurso Mestre Jonas de 2014, atrás apenas de “O Baile do Pó Royal”. “Ficamos muito surpresos e satisfeitos com o resultado, que trouxe mais visibilidade e adesão ao movimento. A partir daí, também começamos a ganhar outras músicas autorais, agora reunidas no álbum”, completa. Um dos criadores do Tarifa Zero e do bloco Pula Catraca, Rodolfo Pinhón relembra o contexto político da época. “O reflorescimento do carnaval de BH faz parte do clima politicamente efervescente que já existia na cidade e que foi atravessado pelos protestos de junho de 2013. Não por acaso, muitas pessoas que faziam parte do Tarifa Zero já gostavam e participavam ativamente dos blocos de rua que surgiram desde 2009”, afirma. “A criação do bloco Pula Catraca foi algo muito natural para o movimento, pois, desde seu surgimento, ele já se propunha a fazer política com festa, entendendo que ocupar a cidade é um ato político e que a cidade é também o lugar da festa. Foram feitas chamadas para ensaios abertos em praças públicas e, aos poucos, outras pessoas somaram-se na construção coletiva e o repertório do bloco ganhou uma série de paródias antitarifárias, além das próprias marchinhas autorais”...

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