sábado, 26 de outubro de 2019

Férias da Desgraça - Episodio #03: João Pessoa (PB)...




Acordamos cedo no dia 23 dezembro ainda em Natal. No final do dia e depois de dois shows em João Pessoa, estaríamos em Recife, onde a gente ia ficar pro feriado de natal. A gente chegou por volta das três da tarde na Praça da Paz, onde já tinha umas 15 pessoas esperando o show acústico do Vitor. Lá já deu pra conhecer a galera da Emerald Hill e a galera da casa da Loló, tipo uma república de estudantes, onde ia ser o show da noite.

Chegamos na casa e logo conhecemos a Loló, catiorro que dá nome pra casa. Era uma casa de grande, de 1 piso, com garagem uma coberta no fundo com alguns sofás e pufes. Eu e Rodolfo montamos a banquinha enquanto o Vitor e Felipe montavam o som. O primo Vitor diz que shows na casa das pessoas são sempre os melhores e apesar de discordar com ele em quase tudo, nessa eu também concordo. Foi o clima perfeito pra conversar e conhecer as pessoas enquanto a galera comprava camiseta, cartaz e zine. Mais perto do show começou a colar um público mais universitário, uma galera que vai só pela bagunça e pelo que a eu apurei não conhecia as bandas.

Apesar das condições precárias de se tocar em uma garagem foi um dos melhores shows da banda que eu vi. O público, que não era muita gente, parecia que sabia cantar todas as músicas, e quem não sabia também dançou o show todo. Conversando com algumas pessoas depois do show, um cara claramente metaleiro me disse que “é disso que o Brasil precisa” quando eu perguntei pra ele o que ele achou da banda. Depois ainda teve show da Emerald Hill, banda local que tava recebendo a gente e produzindo tudo. Eu já queria ver eles fazia algum tempo e o show foi muito bom. Pop songs pra dançar com uns barulhos de guitarra sempre ganha meu coração.  Pra acabar com o último pingo de energia rolou Margaridas em Fúria que quebrou tudo fazendo aquele punk rock direto e reto com letras antifascistas do jeitinho que a gente gosta.

O som acabou por volta das 22:00 se bem me lembro. Na saidera, enquanto desmontávamos tudo, a galera decidia o que ia fazer no final do ano. Uns iam pra Recife, ver o show da Desgraça e da Amandinho (outra banda do Felipe) e outros eram convencidos pelo Vitor a passar o ano novo com a gente em Maceió. É muito louco esse negócio de chegar em uma cidade que tu nunca foi, em menos de 12 horas conversar com pessoas que tu não conhecia e ir embora com a impressão de fazer amigos que parecem que vão durar uma vida inteira. Eu sei que é só viagem da minha cabeça, mas parece que a gente ainda tem muito show pra fazer e muita ideia pra trocar.

Stefano Maccarini



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