sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Janu - Lindeza, PT II (2016)...




Escrevo a punho, em cursivas, palpando as ondulações de cada palavra, porque foi assim que me senti quando as Destaladeiras de Fumo de Arapiraca profetizaram em “Teu Sorriso"  -  “a tua voz, do silêncio me tirou”: como se eu pudesse tatear cada verso, me desandasse de mim, a partir daí, e fosse apenas tomada.O Lindeza Parte II do Janu começa desse jeito, te penetrando aos poucos, completamente embebido em regionalismos, atravessando cada célula, de repente, sem esperar, tudo pulsa, vira movimento, impossível permanecer estático, é um daqueles sacolejos gostosos na alma da gente.Em “Galêga”, um convite irrecusável para esquecer o “apesar de tudo” e transcender nesse soul nordestino de algum lugar entre 1979 e 1980. A sequência das quatro primeiras faixas, destaque para Ciranda Anti-Saudade, que conta com a participação do​​ cantor e compositor alagoano Wado, parecem nos contar, compassadamente, uma dessas histórias de desprendimento genuíno, e porque não dizer desprendimento Januíno, na qual a leveza, a sensação de não pertencimento, se torna, a cada batida, mais envolvente, viciante, e, sem vacilar, cair na malemolência da cumbia elétrica com xaxado de "Perdi La Night"."Chicaliente", demonstrando que sua música remete à toda latinidade da América do Sul, ressalta uma das características que mais me fascinam no Lindeza: A exaltação da mulher livre. E, para terminar, com gosto de quem não quer, de jeito maneira, se despedir, o balanço delícia do "Brega da Obsessão",Quem não precisa de um ciuminho pra fortalecer o amor?...
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