“Bem vindo ao Novo Mundo”, saúda Arnaldo Antunes na abertura de mais uma obra digna da totalidade de seus talentos. Suas 12 faixas reúnem convidados ilustres, boas ideias de produção e, principalmente, as muitas características que mantêm o artista como um dos mais inventivos nas últimas quatro décadas. Logo na faixa-título, o disco introduz peso sonoro aos significados ruidosos do nosso tempo. Ela dá a tônica sombria que acompanha boa parte do repertório ao traduzir a época que vivemos – “o passado já não traz aprendizado/ o futuro se tornou uma ameaça” –, na qual nada é mais concreto do que o medo. Na sequência, para falar de amor, ele compara o sentimento a uma droga e rima “sorte” com “morte” (“O Amor É a Droga Mais Forte”) – afinal, quando se sente tanta violência, só se pode amar com força. A interpretação potente de Arnaldo, acompanhada de seu característico timbre, martela versos cheios dos seus costumeiros substantivos – aqueles de “O Pulso” e “Bichos Escrotos”. Mesmo quando é mais melódico, como em “certezas proliferam nas cabeças/ na cela de uma tela estão ilesas/ disparam sem parar nos olhos fixos/ os movimentos de milhões de pixels” (em “Novo Mundo”), ele trata as palavras em sua totalidade de som e de significado, e tece a mensagem no sentido que elas permitem... Continue Lendo na Monkey Buzz
quinta-feira, 1 de maio de 2025
Arnaldo Antunes - Novo Mundo (2025)...
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“Bem vindo ao Novo Mundo”, saúda Arnaldo Antunes na abertura de mais uma obra digna da totalidade de seus talentos. Suas 12 faixas reúnem convidados ilustres, boas ideias de produção e, principalmente, as muitas características que mantêm o artista como um dos mais inventivos nas últimas quatro décadas. Logo na faixa-título, o disco introduz peso sonoro aos significados ruidosos do nosso tempo. Ela dá a tônica sombria que acompanha boa parte do repertório ao traduzir a época que vivemos – “o passado já não traz aprendizado/ o futuro se tornou uma ameaça” –, na qual nada é mais concreto do que o medo. Na sequência, para falar de amor, ele compara o sentimento a uma droga e rima “sorte” com “morte” (“O Amor É a Droga Mais Forte”) – afinal, quando se sente tanta violência, só se pode amar com força. A interpretação potente de Arnaldo, acompanhada de seu característico timbre, martela versos cheios dos seus costumeiros substantivos – aqueles de “O Pulso” e “Bichos Escrotos”. Mesmo quando é mais melódico, como em “certezas proliferam nas cabeças/ na cela de uma tela estão ilesas/ disparam sem parar nos olhos fixos/ os movimentos de milhões de pixels” (em “Novo Mundo”), ele trata as palavras em sua totalidade de som e de significado, e tece a mensagem no sentido que elas permitem... Continue Lendo na Monkey Buzz

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