segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Siba - Coruja Muda (2019)...





A trajetória artística de Siba é um permanente ato de transtornar fronteiras estratificadas. Com o Mestre Ambrósio, com os maracatuzeiros da Fuloresta ou em sua carreira solo, o pernambucano vem invertendo os polos da cultura popular tradicional e da música pop, provocando um curto-circuito deslizante e desafiador. Binarismos como “tradição” e “vanguarda”, “folclore” e “moderno”, “artesanato” e “tecnologia” são desfeitos ao ponto em que não é possível nem mesmo falar sobre um “hibridismo estético”, porque tudo está intimamente emaranhado. Construindo o som de sua guitarra no caldeirão de sonoridades da música angolana e malinense, ele faz vibrar uma outra historiografia para o instrumento que definiu a música pop moderna. Já nas letras, embaralha formas da música pop com a métrica rigorosa da poesia do maracatu de baque solto. Nem antigo, nem moderno: Siba montou no lombo do tempo — e ele ficou redondin. Coruja Muda, novo e terceiro disco solo do músico, consolida essa trajetória com um lirismo refinado e adensamento do pensamento rítmico, tendo o coco como influência principal. Mas também engendra questionamentos fundamentais sobre a relação entre arte e política e o papel do artista... VIA
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