domingo, 2 de novembro de 2014

Onagra Claudique - Lira Auriverde (2014)




A Onagra Claudique é o amor aflito que crepita infinito na ânsia da paixão, na mira torta do estrábico divisando as pernas da cortesã. É o devaneio do sensato, a falha trágica do gênio, a fleuma do estóico. É o vulto da culpa que habita o oculto, velado no canto do quarto. É o brio sépia dos retratos de família, o idílio dos urbanos. É a imensidão do leviatã, a dança da vingança e o mote de Ahab. A cachalote, a jubarte, a baleia baluarte. É a cruza anômala, a mula que meneia o lombo sempre adiante. É o cenho franzido, lendo as entrelinhas, arqueando as sobrancelhas. É a resina, o esmalte do néctar que tinge a garganta áspera do abstêmio. É o farfalhar da relva, os doces gorjeares da fauna gentil. Pois que assim seja, é o afeto que se encerra em cada peito, nossa Lira Auriverde juvenil.
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