sexta-feira, 5 de julho de 2019

Marcos Valle - Sempre (2019)...




Marcos Valle é um dos mestres da Bossa Nova, mas ele nunca foi “apenas” isso. Sua carreira nos anos 1970 sofreu uma mutação estética e incorporou elementos da música pop americana, especialmente do AOR e do funk e tornou-se algo único dentro dos parâmetros brasileiros. Sendo assim, Marcos pode contar, por exemplo, com “Samba de Verão” e “Estrelar” em seu currículo, dois hits impressionantes e muito, muito diferentes entre si. Sendo assim, Valle é muitos ao mesmo tempo e “Sempre” é um disco que privilegia largamente esse artista com musicalidade funky, jazzy e, ao mesmo tempo, extremamente brasileira/carioca. É uma festa para admiradores de sua fluência como músico e como arranjador/produtor. Também funciona como uma espécie de ensaio sobre um Rio de Janeiro harmonioso e pós-Bossa Nova, que, infelizmente, nunca existiu.Entrevistei Marcos Valle há pouco tempo (leia aqui) e ele disse que não tinha medo de remixes, versões alternativas e demais itens da cultura da pop music pós-anos 1970. “Sempre” é um disco perfeito para este tipo de abordagem, tanto que Valle já oferece as versões instrumentais de duas faixas – “Alma” e “Minha Romã” – lá no fim do tracklist, mostrando que o renascimento experimentado por ele nos anos 1990, via cena acid funk londrina, é uma parte importantíssima de sua carreira, talvez mesmo uma nova mutação estética. Não espanta que o selo Far Out Records, responsável direto por isso, esteja novamente assinando o lançamento no exterior. Com Valle está um representante de outro renascido do período, o grupo tijucano Azymuth, cujo baixista, Alex Malheiros, o acompanha em “Sempre” e, junto com gente como Armando Marçal, Jesse Sadock e o co- produtor Daniel Maunick, fornece a base jazz/funk necessária para que as faixas soem como verdadeiros colossos de groove. É uma festa para os ouvidos... VIA
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