terça-feira, 20 de junho de 2017

Maria Sabina & a Pêia - Tempo Arruaceiro (2017)...





Primeiro lançamento da banda brasiliense Maria Sabina & a Pêia, após dois anos apresentando seu repertório autoral, o EP "Tempo Arruaceiro" é uma mistura de ritmos brasileiros e rock psicodélico, conduzido por mensagens rebeldes, eufóricas e românticas. Produzido por Kelton Gomes e Guilherme Negrão, a definição do ritmo diferente de cada música vem na base do cavaco, com a levada da bateria e da percussão, e o rock chega com a guitarra, o baixo e o sintetizador, pesando a sonoridade da banda. A primeira faixa, baião com rabeca que dá nome ao EP e gerou o primeiro vídeo clipe da banda, é um chamamento, abrindo com o som sagrado da tigela tibetana e a invocação da natureza representada pelo vento, em referência aos chamados dos cânticos dos rituais de ayuasca e à música "O vento", de Dorival Caymmi. A letra passeia pelas aflições provocadas pela passagem implacável do tempo e da força da natureza sobre os homens, chegando à superação destes medos por meio da compreensão da beleza dos processos naturais da vida. A aceitação do tempo liberta, permitindo o triunfo da euforia sobre a tristeza, com festa e arruaça para celebrar a vida. Mantendo o estilo sonoro próximo do sertão nordestino, num frevo temperado com slides de guitarra, “Herdeiras de Antônio Conselheiro” segue ressoando vocalizes de mantras, com forte influência de Alceu Valença, questionando o que aconteceu com a descendência dos sobreviventes da Guerra de Canudos. Inspirada no realismo fantástico, a música sugere que anjos ousados possam ter arrebatado os resistentes do arraial – salvado, assim, o sonho de uma comunidade justa e igualitária –, e que os descendentes dos sobreviventes estariam hoje espalhados pelo Brasil, mas lutando unidos contra a exploração social...
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