sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Kovtun - O Homem e a Morte (2016)...




Raphael Mandra tem nos acostumado com lançamentos longos e intrinsecamente desafiadores. Enquanto as duas obras antecessoras de “O Homem E A Morte” se prolongavam em longas e perturbadoras seções, nós éramos introduzidos em uma catarse que inevitavelmente nos engolia num buraco negro. “O Homem E A Morte” é um sistema narrativo mais definido e reconhecível, embora a adesão de tantas disfunções (música clássica, instrumentos de sopro e ruídos) não ofusque a poesia, que dessa vez é novidade nas faixas do Kovtun. Desde a época do Radio Morto, Mandra nunca fugiu dos temas mais sérios e filosóficos; as vinte músicas do disco lidam com nuances existenciais que perfuram o ser – os balões errantes silenciosos quando o eu-lírico desperta de uma noite de São João e o fazem lembrar-se das primeiras memórias da infância e encarar a ausência dos entes mais próximos. O novo álbum do Kovtun fala sobre mudanças, alguém que se observa no espelho e percebe os olhos vazios, as mãos sem força e as mudanças que a vida ocasionalmente causa e nos faz reparar, subitamente, que perdemos muitas coisas, que não temos mais as mesmas feições. Pode-se classificar todo esse autodesconhecimento como uma força inextinguível da morte e todas suas ações... Leia Mais
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