segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Nosso Querido Figueiredo - Juventude (2017)...




Por dois anos eu vinha cultivando na minha cabeça uma canção esquisita que dizia diretamente ao ouvinte: Esse é o som do fim da sua juventude. A gravação do novo álbum, chamado “Juventude”, se deu na maior parte entre o outono e o inverno de 2017, um período de tédio e frio em que a umidade de Porto Alegre penetrava no teclado do meu computador. Eu acompanhava os acontecimentos do Brasil e do mundo nos noticiários, ao mesmo tempo em que lidava com minha própria ansiedade, minha própria depressão sazonal – não tão incomum entre os habitantes desta cidade que passa semanas sem receber ao menos um raio de sol nos meses de julho ou agosto. Ansiedade: Perceber que estou envelhecendo, mas não necessariamente amadurecendo. Amadurecer é uma condição anterior à velhice. Envelhecer é a resposta do corpo ao processo interno de aceitar a idade adulta. Senso comum: Primeiro, a sabedoria. Depois, os cabelos brancos. No entanto, tenho entradas na testa e ainda não me sinto sábio. Moro debaixo de um teto e tenho animais de estimação. Tenho livros, muitos livros, tenho uma palavra atrás da outra para justificar um momento que não chega. Tenho um diploma e um grande passado pela frente. Sim, esse é o fim da minha juventude. Mas isso não quer dizer que eu tenha amadurecido. Afinal de contas, o que é a juventude? É um recorte temporal na vida de alguém ou simplesmente um estado de espírito? Ansiedade: Não tenho paciência para as perguntas. Quero inventar minhas próprias respostas...

Nosso Querido Figueiredo.
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