sábado, 17 de junho de 2017

Oto Gris - Avôa (2015)...




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Pensando alto, aqui: o Brasil é um país de poesia! Na música então, ela sempre esteve bem presente. Desde os sambas antigos, as bossas, neo-bossas, pós-bossas. Mas muito pouco no rock. Ainda pensando alto e correndo um grande risco de cometer algum engano, Renato Russo e Cazuza foram os roqueiros que mais se dedicaram à escrita, ainda assim, nem sempre tinham um resultado musical poético. Em tempo, Arnaldo Antunes merece destaque, com sua poesia concreta, mas ainda dentro de um rock cru. A fusão poesia-papel com poesia-pauta é pra poucos. Do que eu vi e ouvi até hoje, nos meus 32 e poucos anos, acredito que a banda de rock Los Hermanos foi quem mais se aproximou dessa estética música-poesia. Os álbuns Bloco do Eu Sozinho, Ventura e IV realmente são memoráveis. As melodias, harmonias, letras e timbres das músicas desses três álbuns foram compostas da divisão de um único óvulo fecundado, como quadrigêmeos univitelinos. A marca principal de todos eles: a melancolia. Melancolia nas letras, nos timbres e no jeito de cantar. Melancolia no repertorio musical da juventude inquieta. Los Hermanos foi bom, mas a geração pós-LH tem se superado a cada disco lançado. Apanhador Só, Silva, Cícero, Baleia, Trupe Chá de Boldo... Cada banda no seu estilo, na sua pegada, mas todas tem um pé na tal da melancolia e expressando sentimento através da música. Oto Gris entra nessa leva de bandas pós-LH. O trio cearense tem um cuidado especial com os sons. As músicas não se limitam a ser melodia e harmonia. Elas são ambientes sonoros, têm narrativa que te levam para dentro da música. No momento que estou ouvindo “Avôa”, sou imediatamente transportado para outro universo, guiado por texturas, timbres, melodias, ritmos e letras provenientes da divisão do univitelino. Intenso e profundo mas nunca agressivo. É rock. É poesia musical... VIA
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