quarta-feira, 17 de maio de 2017

Melies - Ephemeris (2017)...




É tão bonito e eu não quero pensar que tá tudo horrível. Assim sendo, a noção efêmera da beleza (ou felicidade) estende-se pra poder checar a vida com olhos fortalecidos. Eu digo isso porque logo na segunda faixa, “Sea Of Stars”, eu já estava rendido à ambientação do Melies, em seu disco de estreia. E depois que desliguei o som, aquelas melodias faziam parte de mim e, reparando no silêncio da casa vazia, eu reparei que elas continuavam sendo reproduzidas em mim – de modo que o silêncio externo era rompido. Você poderia chamar isso de impressão, mas eu prefiro me atentar pra graça de ser verdadeiramente tocado pela música. Ser fragmentado parecia ser completo. Eu aderi ao instante, eu presenciei uma comunhão que eu havia esquecido ser possível. O axioma da distância com o mundo estava suspenso, o piano (ou teclados) de “Abyss” embalava uma libertação (ainda que provisória) das cláusulas do mundo. Eu não era mais social, eu não estava mais rebaixado – eu era qualquer outra coisa. Ser este vácuo me deixou aberto ao testemunho de outras possibilidades, outras variações... Leia Mais
Tags:  , , ,          

Nenhum comentário:

Postar um comentário